O Fórum das Mulheres Jornalistas para a Igualdade no Género apresentou nesta quarta-feira, 25, em Luanda, o relatório sobre o acesso à terra e ao rendimento do trabalho das mulheres na zona rural. O referido documento colocado à disposição dos cidadãos foi realizado em cinco províncias do País.
Por: Ilídio Manuel
A coordenadora do Fórum de Mulheres Jornalistas para a Igualdade no Género, Milena Costa, ao apresentar o relatório sobre o acesso à terra e ao rendimento do trabalho das mulheres na zona rural, disse que o documento foi produzido no âmbito do projecto «Voz Forte nas Autarquias» e teve como grupo-alvo as mulheres das zonas rurais de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla e Lunda Norte, tendo abarcado um universo de 500 mulheres, na faixa etária dos 16 aos 55 anos de idade.
O documento concluiu que o sector da agricultura é o que mais emprega mulheres em Angola, mas grande parte delas desconhece os seus direitos de acesso à terra, assim como o direito ao título de propriedade.
De acordo com o documento, acesso à terra é fundamental para o empoderamento e desenvolvimento da mulher, mas que «apenas 23 de cada 100 (23%) das entrevistas afirmaram que a terra que trabalham é delas, enquanto 42% assegura que é da família e 25% do esposo.» «Luanda é a província onde mais mulheres asseguraram que a terra é delas (49%), frente a Benguela, com 5%, sendo a Huíla a província onde a maior percentagem de mulheres respondeu que a terra é do esposo (43%)».
O estudo concluiu que a falta de conhecimento sobre o Direitos à terra no geral e a Lei de Terra em é uma das principais causas desta situação. Do universo de mulheres entrevistadas, 86% nunca ouviram falar do direito à terra. As restantes (14%) foram informadas através de instituições não estatais ou governamentais.