O ministro da Comunicação do Níger, Zada Mahamadou, foi colocado em prisão preventiva por desvio de 4,5 milhões de euros, informou, ontem, a EFE, citando fontes judiciais. Detido na quarta-feira, Zada terá cometido o crime entre 2013 e 2021, quando presidia à mineradora nacional Sopamin, uma entidade estatal encarregada de comercializar os produtos de mineração do país.
A detenção ocorreu pouco após o ministro ser indiciado por um juiz especializado em crimes económicos do Tribunal Superior do Níger, sediado na capital do país, Niamey. Durante o primeiro julgamento, não foi mencionado o nome de Zada, mas o caso foi reaberto na sequência de um relatório da investigação enviado pela Alta Autoridade de Luta contra a Corrupção do país para a Polícia Judicial.
Com base neste documento, a Polícia fez uma investigação preliminar durante a qual entrevistou o ministro, com a autorização do Presidente da República, Mohamed Bazoum.Ontem, o Parlamento aprovou, por larga maioria, a autorização para a presença de tropas estrangeiras no país a ajudar na luta contra o terrorismo.
Antes da votação, o Primeiro-Ministro Ouhoumoudou Mahamadou rejeitou críticas que apontavam o perigo da perda de soberania sobre todo o território nacional face à presença de tropas estrangeiras armadas.
O Níger está envolvido na luta contra grupos jihadistas com ligações à Al-Qaeda, contando já com o apoio de países como os Estados Unidos e a França.
Em 2021, mais de 800 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas e 758 escolas encerradas, obrigando 72,981 alunos a ficar sem aulas.