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Sábado, Novembro 23, 2024

Macron reeleito para um segundo mandato na presidência francesa

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FONTE:RFI

Emmanuel Macron foi reeleito este domingo para um segundo mandato na presidência francesa, com um pouco mais de 58% dos votos face à sua adversária de extrema-direita, Marine le Pen, que obteve um pouco mais de 41% dos votos, segundo últimas projecções feitas à boca das urnas.

Aos 44 anos, Emmanuel Macron é o segundo Presidente no espaço de vinte anos a ser eleito para um segundo mandato depois do falecido Jacques Chirac reeleito em 2002.

Cerca de duas horas depois do anúncio dos resultados provisórios, o Presidente reeleito fez as suas primeiras declarações perante milhares de apoiantes que se tinham concentrado nas últimas horas perto da Torre Eiffel, em Paris.

Contrariamente ao que sucedeu em 2017, em que se deslocou sozinho para a esplanada do Palácio do Louvre, antigo palácio real situado no centro da capital, Emmanuel Macron caminhou com a esposa e vários jovens para junto da Torre Eiffel, um símbolo mais popular da França, a partir de onde se dirigiu aos seus apoiantes começando com um singelo« merci», obrigada.

“Sei que muitos dos nossos compatriotas votaram em mim hoje, não para apoiar as ideias que tenho, mas para bloquear as da extrema-direita. Esta votação faz com que eu lhes esteja em dívida para os próximos anos, sou o depositário do seu sentido de dever”, disse o Presidente reeleito num breve discurso.

“Sei que para muitos dos nossos compatriotas, que hoje escolheram a extrema-direita, a revolta e as divergências, que os levaram a votar neste projecto, devem também encontrar uma resposta. Será responsabilidade minha e dos que me rodeiam”, disse ainda Emmanuel Macron ao declarar “não ser mais o candidato de um campo mas o Presidente de todos”.

Ao prometer uma mudança de postura, o Presidente reeleito garantiu que o seu segundo mandato “não será de continuidade, mas de revisão colectiva por cinco anos melhores para o país e a sua juventude.”

Nascido em 1977 em Amiens no norte de França, formado em 2004 na prestigiosa escola da alta administração ENA, Emmanuel Macron entrou na acção política como ministro da Economia do seu antecessor François Hollande em 2014, depois de uma passagem pelo Banco de negócios Rotschild.

Em 2016 fundou o seu próprio partido ‘La Republique en Marche’, estrutura liberal através da qual venceu as presidenciais de 2017 e obteve em seguida uma esmagadora vitória nas legislativas do mesmo ano com um pouco mais de 43% dos votos, o que lhe permitiu uma governação confortável com o apoio designadamente dos centristas do Modem.

Qualificado muito rapidamente como sendo “o Presidente dos ricos” por ter designadamente adoptado polémicas reformas em matéria laboral e ter igualmente acabado com o imposto sobre as grandes fortunas, Emmanuel Macron viu igualmente o seu primeiro mandato ser marcado pela revolta dos “coletes amarelos” que se insurgiram contra as suas políticas consideradas injustas, pela difícil gestão da crise da covid-19 e mais recentemente pela guerra da Ucrânia.

Apesar do alívio que a sua reeleição suscitou em vários sectores na Europa e nomeadamente em Berlim onde se temia pelo futuro do “motor franco-alemão” em caso de vitória de le Pen, Emmanuel Macron aborda o seu segundo mandato num contexto mais difícil do que em 2017.

Em cinco anos, esbateram-se as opiniões favoráveis perante aquele que é o mais jovem Presidente jamais eleito em França.

A extrema-direita progrediu ao ponto de chegar às portas do Eliseu este domingo com um pouco mais de 41% dos votos. Marine le Pen promete empenhar-se para a extrema-direita vencer nas legislativas dos próximos dias 12 e 19 de Junho.

À sua esquerda, há também um movimento de fundo para diminuir a sua margem de manobra. Na passada terça-feira, Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido de esquerda ‘France Insoumise’ que obteve o 3º lugar com 21,95% dos votos na primeira volta das presidenciais do dia 10 de Abril, apelou a uma mobilização dos cidadãos para elegê-lo Primeiro-ministro. Este apelo foi reiterado hoje por Mélenchon que ao reagir à vitória de Macron disse que “a democracia pode dar (aos franceses) o meio de mudar de direcção”, referindo-se ao próximo embate eleitoral.

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