Angola aderiu a um programa regional que permite dar resposta rápida a surtos que possam surgir no país, anunciou, esta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Franco Mufinda falava durante um encontro sobre a melhoria dos sistemas de vigilância regional, que contou com directores dos Ministérios da Administração do Território; Cultura, Turismo e Ambiente; Agricultura e Pescas; e do Interior. Informou que Angola assumiu, em conjunto com alguns países da África Central, nomeadamente, Chade, República Democrática do Congo e República Centro-Africana, a implementação do Projecto Regional de Reforço dos Sistemas de Vigilância das Doenças na região (REDISSE IV).
A Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) beneficiou, no ano passado, de um financiamento do Banco Mundial para o estabelecimento do REDISSE IV, a fim de responder às lacunas e fragilidades constatadas na região em matéria de vigilância das doenças e dos sistemas de intervenção e de resposta às epidemias.
O REDISSE IV visa apoiar os esforços dos países para elevarem a resiliência dos sistemas de saúde – animal e humana – a fim de melhor se prevenir e controlar as doenças infeciosas e estabelecer estratégias sanitárias regionais com vista a uma melhor organização e utilização dos recursos disponíveis na sub-região.
Franco Mufinda esclareceu que a determinante epidemiológica é uma componente do Sistema Nacional de Saúde que identifica os eventos e riscos de saúde. Esta componente, disse, permite ao sector ter procedimentos padronizados, com a identificação de casos e surtos, através de investigação e respostas atempadas e adequadas.
Formação de quadros
O secretário de Estado para a Saúde Pública considerou que a pandemia da Covid-19 veio demonstrar ser essencial a permanência de técnicos formados e em prontidão em todos os sectores, para que a vigilância epidemiológica e resposta em situações de emergência sejam feitas de forma adequada e atempada.
Essa situação, segundo Franco Mufinda, fez reflectir, também, sobre os pontos de entrada do país, onde se regista a circulação permanente de animais e a passagem de produtos difíceis de controlar. “Por isso, devemos fortalecer a colaboração transfronteiriça, para que as respostas a surtos seja prioridade nos nossos países”, defendeu.
Sublinhou que grande parte da população angolana é dependente da actividade agro-pecuária e considerou que “as permanentes mudanças climáticas e ambientais”, como secas e enchentes, criam impactos negativos sobre o indicador da Saúde.
Franco Mufinda defendeu que a mitigação destes problemas requer uma intervenção multissectorial, daí que, considerou, as actividades que visam o fortalecimento da vigilância devem estar padronizadas, para que as respostas sejam adequadas e eficazes.
“O Comité deve assegurar a implementação das actividades do projecto que foram definidas pelos técnicos dos sectores”, advogou o secretário de Estado, que reiterou o compromisso de elevar-se o projecto que visa a melhoria da saúde da população angolana e da região.
Encorajou os sectores envolvidos neste compromisso a alcançarem as metas estabelecidas com os recursos disponíveis. Tais metas, disse, consistem na expansão da rede de laboratórios de qualidade e o aumento da capacidade de diagnóstico, seja no campo humano, seja animal e ambiental, sendo importantes para respostas de ameaças sanitárias.
Relativamente à força de trabalho em Saúde Pública, Franco Mufinda realçou que, desde o ano 2009, o Ministério deu início à “formação estratégica em vigilância integrada de doenças e respostas”. Em 2011, foi feita a formação em “epidemiologia de campo”.