O antigo presidente do Burkina Faso sempre negou as acusações que pesavam contra ele, Blaise Compaoré que está radicado desde 2014 na vizinha Costa do Marfim, país de que possui a nacionalidade, tendo sido julgado à revelia por um tribunal de Uagadugu.
O julgamento no Tribunal militar da capital do Burkina Faso arrastou-se ao longo de seis meses e foi também perturbado pelo golpe de Estado de 24 de Janeiro passado.
Foram também condenados à prisão perpétua o comandante da guarda de Blaise Compaoré, Hyacinthe Kafando, bem como o general Gilbert Diendéré, um dos chefes do exército aquando do golpe de 1987.
Kafando está em fuga desde 2016 e foi também um dos grandes ausentes do julgamento.
Ao todo eram acusadas 14 pessoas.
Thomas Sankara, famoso líder panafricano, ficou apenas quatro anos no poder, no Burkina Faso, tendo chegado à chefia, também na sequência de um golpe de Estado.
A maioria dos réus, incluindo o general Gilbert Diendéré, declararam-se inocentes alegando ter-se tratado de uma tentativa de captura de Thomas Sankara que teria degenerado, em causa estariam divergências com Blaise Compaoré sobre o curso da revolução.
Este que era, no entanto, amigo de Sankara, viria a chegar à chefia do Estado na sequência da eliminação do célebre líder e de outras 12 pessoas. Thomas Sankara, era conhecido como o “Che Guevara africano”, este revolucionário marxista foi baleado mortalmente aos 37 anos.