O plenário da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), em reunião realizada no passado dia 11 de Fevereiro, liderada pelo seu Presidente Manuel Pereira da Silva “Manico”, anunciou a aprovação do consórcio KPMP-LTI para a prestação de serviço de transportação da logística eleitoral, das eleições de Agosto de 2022.
O consórcio KPMP-LTI, é liderado pela LTI‐logística e transportes integrados, lda, empresa controlada pelo antigo Chefe da Casa Militar, general Hélder Manuel Vieira Dias “Kopelipa”.
Constituída aos 28 de Outubro de 2008, a LTI‐logística e transportes integrados, Lda foi registrada em nome do angolano Marcos Paulo da Cruz Pinheiro da silva, e do cidadão português Nuno Miguel Sequeira Rodrigues Pereira, ambos funcionários da GIPAKA- Construção, pertencente a “Kopelipa”.
Desde as últimas eleições que a CNE, confia a este consórcio (KPMP-LTI) a missão de transportar as urna eleitorais das eleições de Angola.
Tanto a LTI‐logística e transportes integrados, lda como a GIPAKA- Construção, registrada em nome destes dois “testas de ferro” tem prestado serviços a Comissão Nacional Eleitoral em Angola.
No inicio do ano 2021, o sócio português Nuno Miguel Sequeira Rodrigues Pereira, desentendeu-se com o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior – por alegado incumprimento de pagamentos – ao ponto de fazer ameaças de vazamento de alegados segredos de como teriam feito fraude eleitoral em Angola.
A partir de Lisboa, onde se encontra o sócio português Nuno Pereira, reclamava ter prestado serviços para os generais do antigo Presidente José Eduardo dos Santos (JES), nas eleições em Angola , através de empresas veículos tais como a W T L – World Transportes e Logística Lda e a GIPAKA- Construção, Limitada, pertencentes ao general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, mas que o colocavam a frente como “testa de ferro”.
Irritado que estava, Nunes Pereira alegava que foi “defraudado” pelos seus patrões generais pelo que ameaçava mesmo vazar documentos comprometedores que evidenciam a participação da Casa Militar da Presidência da República nas eleições, em violação a lei. De acordo com a constituição angolana, apenas a CNE que tem competência de realizar as eleições no país.
O Club-K, não conseguiu apurar se “Kopelipa” chegou de pagar as dividas ao seu “testa de ferro” português. Sabe-se apenas que meses antes do desentendimento entre os dois sócios, o general “Kopelipa”, transferiu em Outubro de 2020, a sede desta empresa para a Avenida 4 de Fevereiro, No9, r/c, em substituição da morada que ficava no Distrito Urbano do Sequele, via Fidel de Castro, sentido Benfica/Cacuaco, junto a Terra Verde. O general havia também alterado o pacto social afastando o “testa de ferro” português.
Para este ano, a CNE voltou a contratar o consórcio do general “Kopelipa” para prestação de serviço de transportação da logística eleitoral, depois de ter participado nas eleições de 2017, em que João Lourenço, foi eleito Presidente de Angola. Na altura as autoridades alegavam que o transporte das urnas foi assegurado pela Polícia Nacional.
as autoridades teriam anunciado que o transporte do material de votação seria assegurado pela Polícia Nacional. Numa comunicação feita pela UNITA, o maior partido oposição ao denunciar irregularidades ocorridas teria questionado o seguinte “Afinal é a Polícia que transporta o material de votação? E o consórcio KPMP e LTI – Logística e transportes Integrados – contratado à revelia do plenário da CNE, pelo seu Presidente, violando a Lei no 12/12 artº 13º, alíneas j) e s), pago, de certeza, onde se posicionará?”.
De lembrar que a contratação do consórcio KPMP-LTI surge depois de terem surgido informações de o general “Kopelipa”, teria sido recuperado pelo Presidente João Lourenço, para ajudar a trabalhar na realização das eleições de Agosto de 2022.