O Tribunal de Comarca do Chitato, província da Lunda-Norte, marcou para 25 deste mês a sentença dos 23 co-arguidos do Movimento do Protectorado Português Lunda Cokwe, supostamente implicados na rebelião armada de 30 de Janeiro último, em Cafunfo, município Cuango, e que resultou na morte de seis pessoas.
A marcação da data da sentença do julgamento do caso iniciado a 28 de Janeiro último saiu do encontro das alegações, em que o Ministério Público e a defesa dos acusados apresentaram os argumentos, em função de tudo quanto se produziu ao longo dos interrogatórios.
Nas sessões de julgamento à porta fechada, o Tribunal conseguiu produzir as provas com a audição dos 10 co-arguidos, que se encontram na unidade prisional da Cacanda, no Dundo, capital da Lunda-Norte, incluindo o auto-denominado líder do Movimento Protectorado, José Domingos Mateus “Zecamutchima”, tido como o mentor da rebelião.
O juiz da causa Baptista Nguejo ouviu também os declarantes e testemunhas do caso. Os restantes 13 dos 23 co-arguidos estão em liberdade provisória, sob termo de identidade e residência.
Segundo a nota de acusação, além de mortes, cujas vítimas foram pessoas ligadas aos insurgentes, houve também registo de vários feridos. Zecamutchima é apontado pelas autoridades como cabecilha daquela manifestação, que teve como intenção a invasão à esquadra da Polícia Nacional de Cafunfo e a vandalização de outros bens públicos.
À data dos factos, os co-arguidos e outros, numa composição de 400 pessoas pertencentes ao protectorado Lunda Tchokwe, munidos de armas de fogo do tipo AKM e caçadeiras, flechas, ferros, paus, instrumentos cortantes, engenhos explosivos de fabrico artesanal, forquilhas, peque-nos machados, catanas e outros instrumentos supersticiosos, dirigiram-se à esquadra policial de Cafunfo para a tomada de assalto da mesma.
A intenção do grupo, de acordo com o Ministério Público, era a retirada dos símbolos nacionais, entre as quais a Bandeira da República e, posteriormente, içar a sua com uma ideologia desconhecida.