O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, abriu o ano político do seu partido com duras críticas ao Governo e à Frelimo por “normalizar o sofrimento e a pobreza e enganar as populações em períodos eleitorais.
Analistas políticos dizem que estes temas vão ser o mote da campanha do principal partido da oposição em Moçambique durante o ciclo eleitoral que começa em 2023.
Ossufo Momade escolheu a província de Nampula, onde nasceu, no distrito da Ilha de Moçambique, para fazer o lançamento do novo ano político da Renamo e criticou as políticas públicas do Governo, que “agravam a pobreza e o sofrimento das populações, nós vamos combater isso, porque a nossa população está a sofrer”.
Em 2023, Moçambique abre um novo ciclo eleitoral, que vai terminar em 2024 com a realização de eleições legislativas e presidenciais, e Ossufo Momade defendeu a alternância do poder como forma de acabar com a pobreza no país.
Nesse sentido, o líder da Renamo, pediu aos militantes para não se deixarem enganar por aquilo que designou de “promessas falsas” da Frelimo.
Entretanto, a Frelimo, no poder, diz que esse discurso não é de agora, já vem desde o tempo da liderança do falecido Afonso Dhlakama.
“Eu não tenho dúvidas que a Renamo vai explorar as questões de pobreza, desigualdades sociais e económicas, a falta de oportunidades e a corrupção, entre outras situações que afectam a sociedade moçambicana durante a sua campanha para as eleições municipais de 2023 e legislativas e presidenciais de 2024”, afirmao analista político Jacinto Cossa.
Ele acrescenta que isso é positivo “porque faz parte da estratégia da Renamo de acesso ao poder”.
O também analista político André Lopes da Costa enquadra também o discurso de Ossufo Momade nos esforços para ascender ao poder e para a democratização da sociedade moçambicana.
Mas o filósofo e deputado pela Renamo Alberto Ferreira defende que esses esforços não devem ser feitos apenas pela Renamo, “mas também pela própria sociedade moçambicana porque a questão da democracia não deve ser deixada exclusivamente aos partidos da oposição”.