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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

A contratação da empresa especialista em fraudes eleitorais – Jorge Dias

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FONTE:Club K

Nasci no início da década dos 60, o que significa dizer que estou a entrar nos 60 admito, entretanto, que durante toda a minha juventude, que começou e abrangeu todo período chamado “pós colonial” ou pós independência, cresci e me desenvolvi ouvindo dizer que “vamos ganhar experiência”.

É que em tudo e em qualquer parte do mundo em que agente, ou seja, Angola, participasse ou marcasse presença, quer fosse em fóruns de caracter social, económico, político militar, desportivo, cultural etc., etc. o lema era sempre o mesmo: “vamos ganhar experiência”. Só que passados 47 anos da famigerada independência nacional unilateral, as perguntas que se impõem são: até quando vamos continuar a ganhar experiência? Quando é que os outros também poderão pelo menos uma só vez, beber um pouco da nossa ‘vasta experiência’ acumulada ao longo de quase cinco décadas?

Vejamos só um exemplo no respeitante ao tema número Um da actualidade na nossa terra: Eleições Legislativas ou Gerais, como queiram. Desde as primeiras eleições realizadas em 1992, de cujas consequências 30 anos depois, todos nós sentimos até hoje, delegações multissectoriais nacionais incluindo parlamentares, dotadas de centenas de milhares de Dólares / Euros com ajudas de custo e outros meios afins, deambularam pelo mundo á fora em busca alegadamente de experiências, para melhor realizar pleitos eleitorais em casa.

Azar ou “mala suerte, la nuestra”, o “bebé Angola” que nunca cresceu nem evoluiu, aprendeu a falar espanhol. Assim sendo, estupefacto já não fiquei, com a proclamação da polémica INDRA, como sendo a empresa que mais uma vez vai contribuir para a nossa desgraça, em troca de algumas dezenas de milhões de Euros. Somos assim tão ingénuos e baratos? È que a INDRA, mesmo disfarçada de consórcio luso-hispano INFORMATEC, para tentar camuflar “los horrores y conotaciones del pasado” cometidos em sucessivas eleições realizadas em Angola em 2008, 2012 e 2017, verdade seja dita, desta vez ela não mais sairá de Angola depois de Agosto 2022, sem quaisquer responsabilizações.

É que embora Angola enquanto nação tenha regredido durante 47 anos, o angolano, entretanto cresceu, evoluiu e ganhou consciência da mudança de paradigma político, começando mesmo pela irreversível mudança de regime nas próximas eleições gerais não será mais uma vez a mercenária a INDRA/ INFORMATEC, a impedir esse imperativo nacional que se impõe.

Hoje mais do que nunca e graças a proliferação positiva das redes sociais, todo angolano minimamente esclarecido, sabe que essa multinacional oriunda do Reino de Espanha, se dedica literalmente ao “garimpo” de eleições mediante prestação de consultoria e serviços informáticos afins, não apenas para Angola, mas para muitos outros países.

Outrossim, também sabemos que em tudo e por onde a INDRA tem passado, apenas deixa vestígios de caos, distúrbios políticos e mesmo conflitos armados e no nossos caso (ANGOLA), temos pago muito caro, pois as sucessivas FRAUDES eleitorais em conluio com a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, assim bem o demonstram.

É que nem mesmo o conceituado e internacionalmente bem reputado consórcio argentino-britânico, SMARTMATIC Corporation resistiu ao esquema fraudulento que a eliminou de um simulado concurso publico, realizado em dezembro de 2021, que mais uma vez acabou por consagrar a INDRA/ INFORMATEC vencedora.

Pior aberração ainda, quando se sabe que afinal a SMARTMATIC Corporation, fora eliminada do concurso por alegado “erro no selo do pacote documental” obtidos no acto de aquisição dos Cadernos de Encargos, tratar-se de uma omissão normal em processos do género e que em concursos sérios e isentos, são atribuídos até pelo menos 24 horas para corrigir tal insignificante omissão enquanto estiver dentro dos prazos legais, o que não aconteceu em Angola.

Todo o esforço envidado pela concorrente no sentido de corrigir e voltar a submeter todo o processo para cumprir com a insignificante omissão do selo que deveria lacrar os envelopes contendo sua proposta ao concurso, em nada resultaram. Apesar de generalizados pretextos dos partidos na oposição parlamentar e sociedade civil no geral, o consórcio INFORMATEC, abara mesmo por concorrer á sua própria sucessão, violando o princípio da livre concorrência e igualdade de tratamento, numa altura em que todo processo de preparação das eleições de Agosto próximo, apresentarem fortes indicativos de ter sido viciado á luz do controlo absoluto da CNE pelo partido que sustenta o regime de Angola, o MPLA.

Outrossim, a INDRA é desde 2008, parceira da Comissão Nacional de Eleições – CNE e ostenta a má reputação internacional de ser “especialista em fraudes eleitorais”, tendo como preferência apoiar regimes autocráticos da América Latina, Àfrica e Médio Oriente a ganharem eleições por via da manipulação dos resultados.

O mais interessante no meio de toda essa bagunça, é o facto de que a INDRA, já ser uma espécie de “pecadora retinente” na medida em que em 2018, fora multada pela Agência Tributária de Espanha, como resultado de uma aturada investigação sobre pagamento de comissões ilegais na ordem dos 2,4 milhões de Euros, efectuados no âmbito das eleições presidenciais de 2012 em Angola.

A desfavorecida SMARTMATIC por seu lado, ganhou reputação internacional fornecendo serviços de qualidade e meios técnicos que culminaram em pleitos exemplares, destacando-se na região dos países bálticos e muito recentemente na Zâmbia, onde um partido na oposição venceu o pleito, tendo de imediato viabilizando a restauração e reposição de um estado verdadeiro de direito e democrático.

A continuar assim, tudo indica que antes, durante ou depois de Agosto 2022, teremos tudo, mas menos eleições livres, justas e credíveis. É de facto coisa para dizer que, crescemos e evoluímos na aprendizagem do espanhol “INDRA”-nizado”.

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