A UNITA, na oposição, e representantes a sociedade civil na província angolana do Cunene exigem a libertação do activista Carinda Francisco, conhecido por “Perturbador”, detido por agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), na terça-feira, 7.
A esposa do activista, Felicidade Domingas Nhanhenga, explica que por volta das seis horas de ontem “apareceram três homens do SIC, no quintal entraram apenas dois e perguntaram por ele”.
“Disseram ‘chamaram por ti no procurador’, ele disse ‘de momento estou a sair, vou para Ondjiva, mas quando voltar irei responder’, e não apresentaram nenhum documento” e o levaram, conta a esposa.
Pedro de Sousa, do autodenominado Movimento Revolucionário no Namibe, afirma que a sociedade não pode assistir de forma impávida e serena à perseguição de activistas e de outras sensibilidades que protestam contra a governação do Cunene.
“Carinda Francisco tem que ser solto incondicionalmente, nós temos acompanhado o trabalho dele, isso tem incomodado a governadora, o regime, porque na província não querem pessoas que pensam diferente”, diz Sousa.
Por seu lado, Toka Pangueiko, secretário provincial da UNITA no Cunene, afirma que “continuamos num regime ditatorial”.
“Isso não resolve o problema, o problema hoje não é perseguir quem pensa diferente. Aqui hoje, o que tem que se fazer é combater a fome, é combater a corrupção e resolver os problemas do povo, de contrário estamos a voltar para o monopartidarismo”, acrescentou Pangueiko, apelando à união de “todos para defendermos os nossos direitos e as nossas liberdades perante a Constituição”.
O SIC ainda não se pronunciou sobre a prisão de Carinda Francisco.