Adama Barrow foi reeleito para um segundo mandato como presidente da Gâmbia, numa eleição, segundo observadores, marcada pela normalidade, mas contestada pela oposição. Com os festejos da vitória de Barrow pelos seus partidários, os opositores de Barrow consideraram os resultados fraudulentos.
Adama Barrow, cuja eleição à presidência em 2016 pôs termo a mais de vinte anos de ditadura na Gâmbia, arrecadou 53% dos sufrágios, segundo os resultados divulgados no domingo pela Comissão Eleitoral.
Ousainou Darboe, o seu principal adversário na eleição presidencial, ganhou 27,7% dos votos.
O escrutínio presidencial organizado no sábado, dia 4 de Dezembro de 2021, é o primeiro desde que, Yaya Jammeh que governou a Gâmbia durante mais de vinte anos com uma mão de ferro, fugiu para o exílio.
A eleição de sábado é vista como um teste para o futuro da jovem democracia do país da África ocidental, após um regime ditatorial de 22 anos.
Na noite de domingo, 5 de Dezembro de 2021, o presidente da Comissão Eleitoral Alieu Momarr Njai, proclamou diante dos jornalistas a vitória de Adama Barrow. Algumas horas antes os opositores de Barrow tinham contestado os resultados parciais.
Barrow, que vai encetar um segundo mandato, apelou os seus partidários a respeitar os gambianos que não votaram por ele, bem como considerou que a eleição, de 4 de Dezembro de 2021, foi livre, justa e transparente.
O presidente-eleito, de 56 anos, afirmou que fará tudo, de forma a melhorar as condições de vida de todos os gambianos.
Ousainou Darboe, rival de Barrow, declarou através de um comunicado, que ele apresentará todos os recursos possíveis contra os resultados proclamados pela Comissão Eleitoral da Gâmbia.
O chefe da missão de observadores da CEDEAO que se deslocou a Banjul, Ernest Bai Koroma, lançou um apelo para que todos os candidatos aceitem de boa fé o resultado da eleição presidencial.
Um total de seis candidatos participaram na eleição presidencial gambiana, cujo modelo de votação atrasou o apuramento dos sufrágios.
A fraca taxa de alfabetização da Gâmbia faz com que muitos eleitores votem, lançando um mármore numa banheira marcada com as cores partidárias e a fotografia dos candidatos. Esta prática data da época em que a Gâmbia era uma colónia britânica.
A Gâmbia tem mais de dois milhões de habitantes e aproximadamente cerca de um milhão de eleitores.
Segundo o Banco Mundial, a Gâmbia está entre os países mais pobres do mundo, com cerca da metade da população a viver com menos de 1.90 dólar, por dia.