O antigo Presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, morreu esta sexta-feira, 3 de Dezembro, aos 88 anos de idade, em Dakar, no Senegal. O antigo dirigente exerceu funções entre os anos de 1999 e 2015.
A RFI falou com Jacinto Júnior, assessor de imprensa da Federação Angolana de Atletismo, que recordou o legado deixado por Lamine Diack, nomeadamente, no que diz respeito a todo o trabalho desenvolvido no panorama do atletismo africano e mundial.
“Lamine Diack deixa para todos nós, africanos e homens do atletismo mundial, um legado muito importante, uma vez que foi, para nós, africanos, o homem que soube unificar as divergências africanas”, disse, recordando depois que o antigo Presidente se dedicou também durante muitos anos ao atletismo africano.
Jacinto Júnior defendeu ainda que Lamine Diack era “um homem apaziguador, que sabia sempre no momento certo conduzir a federação internacional”.
“Hoje, perdemos um homem importante para o atletismo africano, principalmente”, lamentou o responsável angolano, evidenciando que existiam “muitas divergências internas ao nível dos centros regionais e foi Lamine Diack que as soube apaziguar”.
O assessor de imprensa da Federação Angolana de Atletismo reiterou a importância que o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo teve para Angola, pela actividade que sempre teve “em entregar ao mundo a grande referência e a importância do atletismo africano”.
Recorde-se que o desportista senegalês, que era também uma figura influente do Comité Olímpico Internacional foi acusado de corrupção e condenado, em 2020, por um tribunal francês. Em causa o facto de ter escondido casos de doping relativos a 23 atletas russos, no período entre 2012 e 2013, em troca de luvas milionárias.
Lamine Diack foi condenado a quatro anos de prisão (dois de pena suspensa) e ainda ao pagamento de uma dívida superior a meio milhão de dólares. Apesar disso, devido à sua idade avançada, não cumpriu a pena de prisão.
Recorde-se que Lamine Diack assumiu várias funções ao longo da sua vida. Para além de dirigente da Federação Internacional de Atletismo, foi também ex-atleta de salto em comprimento, treinador de futebol, empresário e dirigente político.