A Procuradoria-Geral da República de Angola disse na segunda-feira, 18, não haver qualquer processo contra o antigo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, a correr naquela instituição, ao contrário do que o próprio disse ao jornal português na sua edição de domingo, 18.
Entretanto, em determinados círculos políticos de Luanda, circulam informações de que o regime poderá pretender criar “dificuldades” a Costa Júnior que, segundo vários sectores da UNITA, irá candidatar-se à liderança do partido.
Mas analistas políticos angolanos divergem-se quanto às razões que poderiam estar por trás dessa campanha.
O analista político Agostinho Sicato não vê como a PGR poderia avançar com processos contra Adalberto Costa Júnior por actos que realizou enquanto presidente da UNITA e cuja validade caiu por terra com a anulação do congresso que o elegeu.
Sicato, no entanto, alerta que “se a PGR fizer isto cai no ridículo e vai ser mal vista como estando apenas a perseguir os cidadãos”.
O politólogo Olívio Kilumbo, no entanto, não tem dúvidas de que o poder político está interessado em colocar entraves à candidatura de Adalberto Costa Júnior às eleições de 2022.
“Não tenho dúvidas nenhumas de que o regime angolano está hiper interessado em inviabilizar a candidatura de qualquer pessoa que põe em causa o regime”, sustentou, lembrando que “temos um regime autocrático”.
A Comissão Política da UNITA reúne-se na quarta-feira, 20, para marcar a data da realização do XIII congresso que vai eleger o novo presidente do partido.