A Sociedade Mineira de Catoca garantiu que já resolveu a situação dos ex-trabalhadores há 10 anos, que, na última sexta-feira, 08 de Outubro, manifestaram-se defronte as instalações da sua sede em Luanda.
Em nota enviada ao Portal de Angola, a Sociedade Mineira de Catoca Lda. vem por este meio informar que registou na manhã da última sexta-feira, 08 de Outubro de 2021, na sua sede em Luanda, a presença de oito ex-trabalhadores a protestarem para que sejam recompensados pela cessação do vínculo contratual, por serem portadores de doenças de trabalho, desenvolvidas durante a sua actividade laboral na empresa.
Relativamente a este assunto, somos a esclarecer que este assunto é datado de 2008, altura em que a empresa por força da crise económica mundial, viu-se na obrigação de adoptar medidas e estratégias internas para assegurar o normal funcionamento da organização, sendo que uma destas medidas foi a de deixar de pagar 100% de salário base ao grupo de trabalhadores que se encontrava há vários anos na condição de convalescentes, sem prestarem o seu trabalho por razões de doenças, algumas comuns e outras ocupacionais passando a pagar 50% do salário base. Nos termos da então Lei Geral do Trabalho, a empresa poderia e deveria neste caso suspender a relação jurídico laboral destes trabalhadores, ficando desobrigada ao pagamento de salários destes trabalhadores. Contudo, olhando para a condição e/ou situação de vulnerabilidade em que se encontravam aqueles trabalhadores, a Direcção da Empresa preferiu não recorrer a este expediente. Para ultrapassar tal situação, conforme o previsto na Lei, tempestivamente a empresa submeteu à Junta Médica Nacional de Avaliação das Incapacidades, os processos destes trabalhadores para avaliação da condição e grau de incapacidade destes, para que pudessem beneficiar das pensões junto da Segurança Social ou da Seguradora, em caso de doenças profissionais.
Dado ao facto de a empresa não ser obrigada a manter prolongadamente ao pagamento de salários de trabalhadores que não estejam no exercício das suas funções, e ao invés de a empresa suspender automaticamente o vínculo jurídico laboral com os visados, conforme está previsto na Lei Laboral, Catoca preferiu passar a pagar-lhes 50% do salário base, situação esta, que desagradou os mesmos, o que os levou a mover um processo Judicial na Sala de Trabalho do Tribunal Provincial de Luanda contra Sociedade Mineira de Catoca, Lda. tendo o Tribunal decidido a favor de Catoca, chegando a considerar a empresa como sendo generosa para com os seus trabalhadores, uma vez que era direito de Catoca suspender de imediato o vínculo por razões objectivas, deixando que os organismos competentes, nomeadamente, a Instituto Nacional de Segurança Social e a Seguradora que detém as apólices de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais assumissem e/ou fizessem a sua parte.
Contudo, tratando-se de um processo moroso, e tendo já os trabalhadores visados perdido a causa junto do Tribunal, optaram por propor à empresa a realização de um acordo que pusesse fim ao vínculo jurídico laboral, sob determinadas condições de indeminização. Esta proposta foi aceite por Catoca, tendo assumido e honrado todos os encargos associados, incluindo a garantia de assistência médica e medicamentosa gratuita durante 18 meses para os visados e seus dependentes directos.
Passados cerca de 10 anos, infelizmente, por razões ainda desconhecidas, esses ex-trabalhadores aparecem a manifestar-se, como forma de pressionar a empresa a aceder à novas exigências, um posicionamento que representa um grave incumprimento relativamente ao acordo assinado.
Sendo que os acordos devem ser cumpridos pontualmente e de boa fé, Catoca mantém-se aberta ao diálogo, para melhor entender as motivações destes ex-trabalhadores, já que nos termos dos acordos assinados, cada um destes ex-trabalhadores assumiu que viu satisfeito todos os seus direitos, não tendo mais nada à reclamar da Sociedade Mineira de Catoca, Lda.
Na qualidade de maior empregador do sector mineiro, sublinha-se, Catoca é uma empresa responsável que coloca em primeiro plano o bem estar dos trabalhadores, das comunidades e da sociedade em geral, como pode ser confirmado pelos indicadores económicos e sociais espelhados nos nossos relatórios anuais.