O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu as vacinas como bem público global, no discurso da 76ª sessão nas Nações Unidas em que condenou o isolacionismo, o populismo e a xenofobia, apelando ao compromisso.
O mesmo sustentou no seu discurso que “a pandemia da Covid-19, a crise económica e social emergente, e a recente evolução no Afeganistão” demonstram que “a governação de um mundo multipolar exige compromisso e concertação entre as nações”.
“Sempre que colocamos em dúvida o direito internacional e as organizações internacionais, falhamos”, sublinhou o Chefe de Estado de Portugal, acrescentando ainda que todas essas anomalias foram vistas face as respostas dadas à pandemia, na reacção a crises emergentes, na promoção da paz e segurança, considerando que isto são evidências.
No que respeita às posições portuguesas, afirmou que “Portugal sempre esteve e estará do lado dos consensos que resolvam as crises”, empenhado “na garantia das vacinas como bem público global”, comprometido com o “alívio da dívida externa dos países mais vulneráveis” e com “o reconhecimento do direito ao ambiente saudável”.
Marcelo Rebelo de Sousa, disse que é preciso construir “um multilateralismo efectivo”, contra “o isolacionismo, o proteccionismo, o unilateralismo, a intolerância, o populismo e a xenofobia”, que “inevitavelmente conduzem a becos sem saída”.
“Vinte anos depois do 11 de Setembro, seis anos depois do Acordo de Paris, um ano e meio depois do começo da pandemia, precisamos mais do que nunca de um multilateralismo efectivo. Não nos discursos, nas acções, não há mesmo mais tempo a perder”, reforçou.
De referir que Marcelo Rebelo de Sousa, foi o sétimo Chefe de Estado a discursar na abertura do debate geral anual dos Chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas, e a sua intervenção teve uma duração 10 minutos, em português.