A UNITA não pediu desculpas públicas tal como exigia a TPA e a TV Zimbo. Entretanto, em reunião hoje com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de informação e Comunicação Social as duas estações de televisões públicas disseram que vão retomar a cobertura das actividades do maior partido da oposição angolana, depois de terem recebido garantias de protecção dos jornalistas nas suas actividades políticas.
O entendimento entre a Televisão Pública de Angola, a TV Zimbo e a UNITA, foi alcançado numa reunião promovida pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, após o Presidente da República, João Lourenço, ter apelado na quarta-feira ao diálogo.
O Minttics endereçou um convite à UNITA para ultrapassar o “ambiente de crispação”, sublinhando a necessidade de “criar condições anímicas e de tolerância que restabeleçam o relacionamento profissional entre as partes e em benefício da efectivação plena do direito constitucional de informar e ser informado”.
Em causa está o anúncio das duas televisões de boicote às atividades da UNITA, enquanto a sua direção não apresentasse um pedido de desculpas públicas, por uma alegada agressão de jornalistas, durante uma manifestação, no sábado passado, do maior partido da oposição, tendo na sequência havido uma troca de comunicados entre as partes.
Em declarações à imprensa no final do encontro, o secretário-geral da UNITA, Álvaro Daniel, disse que os comunicados criaram um clima menos bom para o ambiente político, social e emocional que se pretende, numa altura em que o país caminha para os 46 anos de independência e 20 anos de paz.
Por sua vez, o secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Carnaval, classificou como bastante positivo o encontro, no qual apelou e recomendou aos órgãos de comunicação para que assegurem a concretização de um direito constitucional, que é de informar e formar os cidadãos, sem distinção dos partidos.
Por sua vez, o director da TV Zimbo, Amílcar Xavier, disse que a decisão de bloqueio às actividades da UNITA foi tomada depois de ouvido o conselho de redacção e a direcção de informação, tendo sido “os jornalistas indignados que disseram que não mais iriam cobrir actos do género, porque estava em causa a sua integridade física”.
Já o administrador para a Área de Conteúdos da TPA, Neto Júnior, destacou que o encontro serviu para “derrubar muros e construir uma ponte de diálogo” entre a TPA e a UNITA.
Entretanto, depois do pedido de diálogo feito pelo Presidente da República João Lourenço, do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e do MISA-Angola, cinco dias depois da manifestação de sábado, ninguém sabe quais são os jornalistas da TPA e da TV Zimbo que terão sido agredidos durante a manifestação, tão pouco, nenhum deles apresentou queixa à Polícia Nacional, como fez saber a corporação na voz do seu porta voz.