Falhas nos serviços estendem-se à polícia e transportes públicos por haver cada vez mais pessoas rastreadas por contacto com ‘suspeitos’ e terem de fazer isolamento. Empresas reportam que o absentismo já é de 20%, com tendência a agravar-se. Boris Johnson pressionado a deixar cair regra de 10 dias de isolamento no caso de pessoas totalmente vacinadas.
O Reino Unido está a enfrentar tempos de interrupção no abastecimento de comida a supermercados, recolha de lixo ou transportes, por haver equipas inteiras a cumprir auto-isolamento devido à nova variante Delta de Covid-19, segundo noticiou sábado o The Guardian.
Empresas britânicas de distribuição alimentar estão a alertar que a economia no país possa paralisar ainda mais. E receiam que venha a ser adiada a data de 16 de Agosto para suspender as quarentenas obrigatórias no caso de pessoas que tenham tomado as duas doses completas de vacina à Covid.
As empresas alimentares estão a apelar ao Governo de Boris Johnson para que os seus trabalhadores essenciais possam fazer testes diários em vez de se terem de se isolar por 10 dias, advertindo para os efeitos nefastos que estão a ser criados com a chamada “pingdemia” (rastreamento de pessoas que têm contacto com suspeitos, obrigando a que fiquem em isolamento).
Não há consenso claro sobre o assunto dentro do Governo britânico, havendo ministros que inicialmente disseram que haveria permissão limitada aos trabalhadores essenciais (cerca de 10 mil em 500 locais de distribuição de alimentos) de não terem de fazer quarentenas, optando em alternativa por testes rápidos.
A British Meat Processors Association defende que o governo inglês precisa de forma urgente de publicar mais informações e dar “uma orientação clara e inequívoca” sobre os locais e os cargos onde pode haver lugar a isenção de quarentenas e como as novas regras podem ser aplicadas.
“O nosso receio é que, se as infecções continuarem à taxa actual, haverá tantos trabalhadores não isentos retirados do sistema que, independentemente desses ‘locais-chave’ protegidos, o resto da cadeia de abastecimento ao redor começará a falhar”, salientou Richard Harrow, presidente-executivo da British Frozen Food Federation, citado pelo The Guardian, descrevendo a confusão actual de regras como “pior do que inútil”.