As aglomerações e desacatos relacionados com a realização da final da Liga dos Campeões, no Porto, estão a gerar um bate-boca entre Rui Rio e Rui Moreira.
Esta madrugada, o líder do PSD voltou a atacar a organização do jogo, criticando o presidente da Câmara portuense e o Governo, a quem exigiu que fizessem “um pedido de desculpa aos portugueses, que privados de tanta coisa, assistem a esta vergonha em pleno combate à pandemia”.
Depois do jogo, que o Chelsea ganhou frente ao Manchester City por 1-0, os adeptos juntaram-se na Ribeira, no Porto, e provocaram desacatos. Um polícia ficou ferido e dois ingleses foram detidos.
Esta manhã, Rui Moreira rejeitou responsabilidades e devolveu as críticas ao presidente do PSD. Em declarações à “TSF”, Moreira respondeu dizendo que é “evidente que se o senhor doutor Rui Rio fosse presidente da Câmara do Porto teria decidido diferente. Provavelmente tinha organizado uma corrida de automóveis em que teria participado com alguns VIP”. “Se o doutor Rui Rio tem algum problema com a cidade do Porto, têm de lhe perguntar a ele qual é a razão”, acrescentou.
O autarca sublinhou ainda que Rio “não se manifestou muito preocupado quando aconteceram os festejos que foram organizados pela Câmara Municipal de Lisboa” e mostrou-se surpreendido com as declarações de Rio: “Agora está preocupado com um evento internacional que foi organizado pelo Governo com a Federação Portuguesa de Futebol e com a liga de clubes, no qual à Câmara Municipal do Porto apenas foi pedido apoio na receção aos adeptos que ontem chegaram e ontem se foram embora”.
A presença de adeptos ingleses no Porto não tem sido consensual. Este sábado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha pedido coerência, defendendo que “não é possível dizer que vêm em bolha” e isso não acontecer.
Durante uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa falava da pandemia e referiu a presença de adeptos ingleses para assistir à final Champions, sublinhando a necessidade de “um discurso que as pessoas percebam”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda tinha criticado também o que aconteceu na Invicta este fim de semana. As grandes aglomerações de adeptos, sem cumprir as regras sanitárias em vigor, são, para Catarina Martins, incompreensíveis. “Parece-me que não é compreensível permitir-se a uma iniciativa aquilo que não se permite à generalidade dos cidadãos e das cidadãs deste país”, apontou, indicando que, “do ponto de vista das normas e da sua implementação”, a responsabilidade deve ser atribuída ao Governo e à Câmara do Porto.