O DCIAP e Carlos Alexandre apertam o cerco a Álvaro Sobrinho. Estão em duas frentes: investigam o ex-banqueiro por lavar milhões no Sporting e pelo desvio do dinheiro do BESA para contas de familiares. Os crimes são de abuso de confiança, burla qualificada e branqueamento de capitais.
O processo mais antigo e cuja acusação está a ser ultimada diz respeito ao desvio de 480 milhões de euros do BES Angola. Os autos estão agora nas mãos de uma das procuradoras que assinaram a acusação contra Ricardo Salgado, no processo BES e têm sido ouvidas diversas testemunhas que confirmam que Álvaro Sobrinho concedeu vários empréstimos a familiares e a empresas sem actividade e que esse dinheiro acabou no universo das contas bancárias que controlava.
O principal accionista individual do Sporting e dono da Holdimo está na mira das autoridades portuguesas, depois de terem sido adicionados diversos documentos que estavam noutros processos – como os casos BES e Monte Branco. E foi neste processo que agora está na fase final que Carlos Alexandre validou o arresto de bens no valor de 80 milhões d euros que foram depois devolvidos por Rui Rangel, na Relação de Lisboa.
Álvaro Sobrinho escapou da investigação Lex -, a PJ ainda fez buscas ao seu escritório em Lisboa, mas n\ao conseguiu provar que o juiz foi corrompido para lhe devolver os bens – mas não deverá safar-se dos alegados desvios no BES Angola.
Ainda segundo o CM apurou, Álvaro Sobrinho está a ser visado noutra operação. É novamente o DCIAP e o juíz Carlos Alexandre que querem também demonstrar que os 20 milhões investidos no Sporting vieram do BES Angola.
Quanto a Álvaro Sobrinho, o ex-banqueiro está agora a viver nas Maurícias e não poderá ser extraditado. Mas como já foi constituído arguido no processo poderá ser notificado, na morada de Lisboa em que na altura prestou termo de identidade e residência.