Os grandes investimentos feitos por empresas nigerianas como a Dangote Group ou a BUA Group, ou a decisão da gigante automobilística norte-americana Ford de despejar dinheiro na África do Sul, provam que ainda resta vida na indústria de manufactura no continente.
As dúvidas têm crescido sobre a capacidade da África de contar com uma rota bem conhecida para sair da pobreza: a manufatura de bens básicos.
Um influente artigo do economista Paul Krugman em 2015 sugeriu que os retornos da industrialização estavam diminuindo.
O presidente de Ruanda, Paul Kagame, especulou que a África pode ter perdido a janela para a fabricação de baixo custo porque “esperamos muito para agir”. A iniciativa ‘Made in China 2025’ da China transformou a potência oriental na maior compradora mundial de robôs para a indústria.
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Na África, a manufactura cresceu 2,5% nos últimos 20 anos, em comparação com a China e outros países, como o Vietname, onde o número fica entre 15% e 20%. E embora a indústria fornecesse um quinto da produção do continente na década de 1970, agora representa apenas um pouco mais de um décimo do PIB da África. “É a desindustrialização prematura”, disse Richard Kozul-Wright, diretor de globalização da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
Então o que fazer? O presidente da McKinsey para a África, Acha Leke, diz que essa é uma questão que preocupa muitos no momento. “Será que olhamos para um modelo diferente? Nós, por exemplo, tentamos pular para os serviços? ”