O Governo perspectiva para 2025 o início de produção dos blocos das bacias terrestres do Baixo Congo e do Kwanza, cujo concurso para a licitação arranca a 30 deste mês.
A informação foi avançada na sessão de divulgação do potencial petrolífero dos blocos a licitar (‘roadshow’), em Luanda.
“Todos os blocos encontram-se num estagio embrionário de desenvolvimento, perspectivando-se o início da produção em 2025”, lê-se no dossier da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
Trata-se dos blocos CON1, CON5 e CON6 (do Baixo Congo) e KON5, KON6, KON8, KON9, KON17 e KON20 (do Kwanza), que têm um potencial em reserva estimado em mais de cinco mil milhões de barris, segundo dados apresentados em 2014 no processo de divulgação que visava a licitação dos mesmos em 2015. Os blocos, de resto, foram licitados, mas o resultado foi cancelado em 2017.
Consequentemente, muitas empresas angolanas viram adiado o sonho de se tornarem operadoras.
No resultado cancelado, dos dez blocos postos à disposição, foram licitados oito, formando igual número de grupos empreiteiros num total de 37 empresas, das quais apenas uma estrangeira, a chinesa Sunshine, que seria a operadora do Bloco CON6. Somoil, Simples Oil, EC &MDS, AIS, Soconinfa e Alfort Petroleum eram as empresas angolanas que tinham sido seleccionadas para a função de operadoras.
A ANPG revelou que muitas empresas angolanas manifestaram interesse em participar no concurso público e acredita tratar-se da oportunidade para entrarem no sector, já que a exploração onshore (terra) é menos cara do que a offshore. A agência aconselha, entretanto, as nacionais a concorrem como associadas e não como operadoras. “Temos de ser realistas, as empresas nacionais ainda não sabem fazer, têm de aliar-se às que sabem”, defende um quadro sénior da ANPG.
O processo anterior foi cancelado devido à baixa do preço do petróleo, visto que os termos do concurso tiveram como referência o barril a 100 dólares, mas, enquanto se aguardava pela conclusão, registou-se uma queda de quase 50%.
Considerando-se os preços actuais e as perspectivas para os dois anos seguintes, estima-se que o preço de referência para a nova licitação será calculado abaixo de 60 dólares o barril, podendo mesmo rondar entre os 40 e os 35 dólares.