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Domingo, Novembro 24, 2024

Banco Económico no ‘crivo’ do Banco Nacional de Angola

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O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, disse, nesta segunda-feira, que se continua a estudar e identificar-se as melhores vias para “salvar” o Banco Económico (BE) , tendo em conta a qualidade dos seus activos.

“Em relação ao Banco Económico, continuamos a procura dos melhores caminhos. O BNA não tomou ainda nenhuma decisão quanto a esta matéria do antigo BESA”, afirmou o gestor do Banco Central angolano.

Acrescentou que se continua também a olhar-se para um leque de opções, com base nos preceitos da Lei de Bases da Actividade Financeira em vigor, e que nos termos desse mesmo diploma legal o BNA não tem condições de descartar escolhas.

“Nos termos da referida Lei, não temos condições de destacar opções. O que temos estado a fazer é olhar para as melhores opções que continuam a ser efectuados”, reiterou José de Lima Massano.

O governador do Banco Nacional de Angola lembrou ser um trabalho que começou em 2019, após a divulgação dos resultados da qualidade dos activos dos bancos, estando outras instituições congéneres também inseridas neste procedimento .

O processo devia terminar em 2020, mas devido à pandemia da Covid-19 os prazos foram alterados, pelo que José de Lima Massano garante tornar pública a decisão final, tão logo concluir-se o “dossier”.

Notícia divulgada pelo jornal privado “O Mercado”, nesta segunda-feira, refere que o Banco Nacional de Angola (BNA) terá imposto aos 10 maiores depositantes do Banco Económico, a troca de 35% dos depósitos por acções na futura estrutura accionista do BE, com vista ao seu resgate.

De acordo com esse jornal angolano, os depositantes vão tornar-se accionistas através da subscrição de um aumento de capital. Entretanto, entre os vários accionistas deste banco, a Sonangol é um dos maioritários.

Moody’s coloca BE em revisão

Segundo contas da Agência de Notação Financeira Moody’s, o Banco Económico tem uma falta de capital superior a 50% dos activos mediante o risco, cerca de 1,3 mil milhões de dólares, quase 1,1 mil milhões de Euros.

A Moody’s colocou o “rating” do Banco Económico em revisão para uma descida, devido os atrasos na recapitalização do antigo Banco Espírito Santo Angola que resultam da complexa estrutura de governação.

“A colocação dos ratings do Banco Económico em revisão, para uma descida, surge no seguimento dos contínuos atrasos na conclusão da recapitalização do banco”, lê-se numa nota publicada pela agência portuguesa de notícia Lusa.

A Mooyd’s também encara o atraso na recapitalização atempada desse banco como um assunto de governação, refletindo a complexa estrutura institucional e de governação.

O Banco Económico nasceu da extinção do BESA, em 2014, e desde então sujeita-se a uma significativa reestruturação nos últimos anos, incluindo mudanças na gestão e no Conselho de Administração, sendo agora controlado pelo grupo estatal angolano Sonangol.

De acordo com os analistas da Moody’s, a colocação do “rating” do banco em revisão para uma possível descida reflecte a incerteza relativamente aos prazos da potencial recapitalização do banco, no seguimento de adiamentos contínuos deste processo.

A “Moody’s Investors Service”, muitas vezes referido como Moody’s, é uma subsidiária de classificação de crédito de títulos da Moody’s Corporation, representando a linha de negócios tradicional da empresa e seu nome histórico.

Está sedeada em New York, nos Estados Unidos da América, e foi fundada por John Moody, em 1909. O seu actual administrador executivo é Raymond W. McDaniel.

Já o Rating é uma nota que as agências de classificação de risco de crédito atribuem a um emissor, pode ser um país, empresa ou banco, de acordo com sua capacidade de honrar uma dívida. Serve para que investidores saibam o nível de risco dos títulos de dívida que estão adquirindo.

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