Os preços do petróleo bruto subiram na sexta-feira (5), atingindo novas máximas em um ano, depois que um grupo de produtores importantes concordou em não aumentar a oferta em abril, assumindo uma postura cautelosa sobre a recuperação econômica global.
Por volta das 16h45 (horário de Luanda), os futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 3%, a US$ 65,72 o barril, subindo acima de US$ 65 pela primeira vez desde janeiro de 2020, enquanto o contrato de referência internacional Brent subia 3,92%, para os 69,36 dólares, também em seu nível mais alto desde o início do ano passado.
Os futuros da gasolina dos EUA subiam 2% para US$ 2,0389 o galão, pela primeira vez acima de US$ 2 desde janeiro de 2019.
Esses ganhos seguiram a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, grupo conhecido como Opep+, de estender seus limites de produção para abril, concedendo apenas pequenas isenções à Rússia e ao Cazaquistão.
Este movimento surpreendeu vários investidores, especialmente o fato de a Arábia Saudita concordar em manter seu corte adicional voluntário de 1 milhão de barris por dia até abril, mesmo depois que os preços do petróleo subiram para mais de US$ 60 o barril de US$ 40 negativos, quando o país decidiu pela necessidade de reduzir a oferta global.
Analistas do influente banco de investimentos Goldman Sachs responderam a esta decisão elevando suas previsões para o segundo e terceiro trimestres para o Brent em US$ 5 cada, para US$ 75 e US$ 80 o barril, respectivamente.
“Embora os membros tenham discutido os riscos de demanda pela Covid, o que entendemos da coletiva de imprensa é que a disciplina dos produtores de shale está provavelmente por trás desse aumento mais lento na produção”, disse o banco em uma nota.
Os membros da Opep+ parecem acreditar que a produção de petróleo dos EUA terá dificuldade para responder ao ambiente de preços mais altos no curto prazo, especialmente após os danos causados pela recente onda de frio.
“Se esta é a atitude que a Opep+ está tomando, isso sugere que eles acreditam que podem empurrar os preços ainda mais para cima, sem o risco de perder participação no mercado”, disseram analistas do ING, em nota de pesquisa. “E não ficaríamos surpresos em ver Brent testando US$ 70/bbl antes da próxima reunião da Opep+” no início de abril.
Antes disso, o foco se voltará para os dados de contagem de sondas da Baker Hughes na sexta-feira. O número de plataformas ativas aumentou um pouco nos últimos meses, mas não chega nem perto do nível que os analistas dizem ser necessário para gerar um aumento significativo na produção.