Com medo de serem infectados pelo coronavírus, directores provinciais rompem o silêncio e decidiram pedir melhores condições de trabalho. Secretária de Estado na província cogita reduzir o número de pessoas nas reuniões.
Os directores provinciais de Inhambane afirmam que estão a arriscar a vida sempre que há reuniões do Executivo, por falta de condições de biossegurança. O grupo reúne-se na sala de sessões da Direção Provincial das Finanças, por ser espaçosa.
Mesmo assim, os dirigentes governamentais alertam que é preciso apertar as medidas de segurança devido ao elevado número de participantes nas sessões.
Segundo Assissa Alibay, vice-presidente da Assembleia Provincial em Inhambane, os directores só têm ido às reuniões em nome do dever patriótico, porque o risco de infecção por coronavírus é grande.
“Tínhamos de reflectir. De facto, podíamos usar outras formas, não a forma presencial. Porque dá medo quando se recebe o documento do encontro. Você só diz que vai porque a pátria me chamou, mas é preocupante”, explica.
Mortes no Executivo
Nos últimos meses, morreram várias pessoas ligadas ao Executivo provincial, vítimas da pandemia – uma delas, a directora provincial da Agricultura e Segurança Alimentar, que faleceu em Janeiro.
“Estamos lá na instituição, partilhamos computador e impressora. O documento, para chegar da pasta de expediente ao dirigente, passou por muitas mãos. Eu acho que nós todos somos dirigentes, podíamos fazer um trabalho intenso”, diz Alibay
E esse trabalho não se pode limitar às instituições, acrescenta Naftal Matuce. O director provincial da Saúde em Inhambane sugere que se crie um balcão de atendimento nos postos de controlo que dão acesso à província. O pessoal da saúde teria ameaçado deixar de trabalhar por falta de condições nesses postos.
“A criação de mecanismos tecnológicos de balcão virtual para atendimento e recepção, de modo a evitar aglomerados nos postos de controlo de Zandamela e rio Save, que operam de forma permanente”, propõe Matuce.
Ludmila Maguni, secretária de Estado em Inhambane, reconhece as preocupações dos directores provinciais e diz que, nos próximos dias, poderá limitar o número de participantes nas sessões, além de reforçar outras medidas de prevenção do coronavírus.
“Sabendo que há limitações, vamos ver quais as pessoas que podem participar na oratória e infelizmente vamos ter frieza suficiente para cumprir”, prevê.