27.6 C
Loanda
Terça-feira, Novembro 26, 2024

Cabo Delgado: O conflito não se ganha com população hostil, diz Forças Armadas

PARTILHAR

O vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) alertou que o Estado não irá ganhar o conflito armado em Cabo Delgado, se a população for hostil às forças governamentais.

Falando num encontro nesta segunda-feira (15.02.) com militares destacados no distrito de Macomia, um dos atingidos pelos grupos armados na província nortenha de Cabo Delgado, o vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Bertolino Capitine, afirmou: “Podemos ter canhões de último grito, mas se a população é hostil ao Estado moçambicano, não haverá vitórias”.

O oficial avançou que as FADM devem manter o empenho na erradicação do “terrorismo” em Cabo Delgado, assinalando, sem concretizar, que “o momento já chegou”.

“O momento já chegou para destruirmos os ‘contra- pátrias’, as condições já estão criadas, aquilo que nós precisávamos para fazer face ao terrorismo já recebemos”, enfatizou, sem especificar.

 - portal de angola
Violência armada em Cabo Delgado já provocou mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados internos<br >DR

Honrar Eugénio Mussa
O vice-chefe do Estado-Maior General referiu que a derrota dos “terroristas” será uma forma de honrar o chefe do Estado-Maior General das FADM, Eugénio Mussa, que morreu há uma semana vítima de doença.

Eugénio Mussa disse em dezembro do ano passado que 2021 seria um “ano decisivo para resolver o pendente” em Cabo Delgado, derrotando os “contra-pátria”.

A referência do vice-chefe do Estado-Maior General à necessidade de as FADM manterem relações saudáveis com a população dos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado ganha importância num contexto em que as forças governamentais têm sido acusadas de cometer abusos contra civis, atraindo a antipatia das comunidades na região.

A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

África caminha para mais uma guerra mortífera no Congo, alimentada pela corrida aos minerais essenciais para a transição energética

A África está a caminho de uma repetição de uma guerra que ocorreu entre a República Democrática do Congo...

AN e grupo de mulheres da RDC abordam situação política e social

A presidente da Assembleia Nacional (AN), Carolina Cerqueira, manteve hoje, quarta-feira, em Luanda, um encontro com o grupo...

Moçambique: possível saída da SAMIM, de Cabo Delgado, inquieta sociedade civil

As organizações da sociedade civil estão preocupadas com o anuncio da possivel retirada das tropas da Southern African Development...

Moçambique: “preocupante a forma como o Governo está a lidar com a insurgência”, diz investigador

Os ataques terroristas em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, estão a causar uma nova onda de deslocados. Para...