Após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou que a Polícia Federal realize novas diligências para investigar a responsabilidade do ministro da Saúde Eduardo Pazuello em irregularidades na pasta e no colapso do fornecimento de oxigênio para Manaus.
Pazuello foi ouvido na semana passada por investigadores da PF que conduzem o caso.
Dentre as novas diligências, a PF vai buscar informações sobre os gastos públicos com a aquisição de cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra Covid-19, e identificar os responsáveis por desenvolver um aplicativo do ministério que recomendava o uso desse medicamento aos pacientes diagnosticados com a doença, o TrateCov.
Foram seis diligências solicitadas pela PGR para serem cumpridas pela PF. A primeira, obter acesso aos e-mails trocados entre o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Amazonas para apurar sobre o colapso do oxigênio no Estado. A PGR também pediu a tomada de depoimentos de representantes da empresa White Martins, fornecedora de oxigênio, a respeito dos fatos. A terceira diligência é “obtenção de informações sobre as tratativas de transporte de oxigênio para Manaus e de remoção de pacientes de Manaus para os hospitais universitários federais”.
As outras diligências são a identificação e tomada de depoimento dos desenvolvedores do aplicativo; “identificação de gastos de aquisição e distribuição dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina e dos testes do tipo RT-PCR” e, por último, tomada de depoimentos de funcionários do ministério e das secretarias de Saúde do Amazona e de Manaus que acompanharam os fatos.
Essas medidas demonstram que as linhas de investigação do caso podem identificar irregularidades no gasto de recursos públicos com a cloroquina, medicamento defendido desde o início da pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro como uma solução para a Covid-19, embora os estudos científicos não tenham comprovado nenhuma eficácia.