Antigo secretário de Estado Adjunto prometeu recuperar a credibilidade do Departamento e trabalhar com parceiros
O Senado americano confirmou nesta terça-feira, 26, Antony Blinken no cargo de secretário de Estado.
Antigo secretário de Estado Adjunto durante a Administração Obama e ex- assessor e muito próximo do Presidente Joe Biden, ele recebeu 78 votos a favor e 22 contra, muito acima da aprovação dos seus antecessores, Rex Tillerson e Mike Pompeo, que obtiveram 56 e 57 votos favoráveis, respetivamente.
A confirmação foi saudada por legisladores dos dois partidos, bem como da Associação Profissional do Serviço de Relações Exteriores dos Estados Unidos (AFSA, em inglês).
“A liderança do Departamento de Estado, o departamento governamental mais antigo da nossa nação, representa uma grande responsabilidade”, reagiu a AFSA em comunicado, no qual desejou “ao secretário e sua equipa muita sorte nos anos que virão”, lembrando que “a AFSA e seus membros prometem trabalhar ao lado deles para fortalecer a carreira e proteger e aprimorar a instituição que é a diplomacia americana. ”
O 71º secretário de Estado enfrenta os desafios de restaurar a posição da América no mundo e revigorar um ministério, onde muitos se sentiram desmoralizados sob a Administração anterior.
Durante a audiência de confirmação na semana passada, Antony Blinken prometeu voltar a engajar o Congresso nas principais preocupações de política externa.
Entre outros temas, ele foi questionado sobre o Irão e os esforços para se juntar ao acordo nuclear iraniano.
Embora Blinken tenha deixado claro que o Governo Biden sente que o mundo estava mais seguro com o acordo nuclear com o Irão, ele não deu detalhes sobre um eventual regresso aoPlano de Acção Conjunto Global (JCPOA), do qual o Governo Trump se retirou em 2018.
“O Presidente eleito acredita que se o Irão voltar a obedecer, nós também faremos”, sublinhou.
Sobre a China, ele admitiu que o Presidente Donald Trump “esteve certo ao adoptar uma abordagem mais dura em relação à China”.
“Discordo, muito, da maneira como ele fez isso em várias áreas, mas o princípio básico foi certo e acho que isso é realmente útil para nossa política externa”, acrescentou Blinken.
O novel secretário de Estado prometeu restaurar o papel do Departamento de Estado e reiterou estar “comprometido com o avanço de nossa segurança e prosperidade através da construção de um corpo diplomático que representa plenamente os Estados Unidos em todo o seu talento e diversidade”.
E onde o antecessor Mike Pompeo, muito criticado por diplomatas, revelou “arrogância”, Blinken pediu “humildade e confiança”.
“Humildade porque temos muito trabalho a fazer em casa para melhorar a nossa posição no exterior e humildade porque a maioria dos problemas do mundo não são sobre nós, mesmo quando nos afectam”, afirmou o diplomata, quem destacou que “nenhum dos grandes desafios que enfrentamos pode ser vencido por um país agindo sozinho, mesmo tão poderoso quanto os Estados Unidos”.
Antony Blinken, de 58 anos, foi conselheiro adjunto de Segurança Nacional (2013-2015) e secretário de Estado adjunto (2015-2017), na Presidência de Barack Obama.
Antes, na Presidência de Bill Clinton, Blinken trabalhou em posições de destaque no Departamento de Estado, depois de uma carreira no sector privado em empresas de consultoria.
O Senado continua a votar os nomes propostas pelo Presidente Joe Biden para o seu Governo, tendo já sido aprovados também o secretário de Defesa, Lloyd Austin, a secretária de Tesouro, Janet Yellen, e o director de Inteligência Nacional Avril Haines.