A Unitel entende que tem direito a ficar com os 26,075% que Isabel dos Santos tem na operadora portuguesa NOS, já que foi a própria operadora a emprestar o dinheiro à empresária para fazer este negócio. A operadora angolana tem já uma equipa de advogados a trabalhar nesta acção que pretende contestar os empréstimos feitos.
A notícia avançada pelo Expresso, com base numa fonte da própria Unitel, cita o activista Rafael Marques, que afirma que “todas estas ações foram compradas ao abrigo de um empréstimo feito pela Unitel à própria Isabel dos Santos, que nesta operação ferida de ilegalidade teve o descaramento de agir simultaneamente como credora e devedora”.
O semanário português adianta que uma equipa de advogados do operador já terá dado entrada num tribunal de Lisboa da acção com vista a controlar a participação de Isabel dos Santos na NOS.
Recorde-se que a empresária detinha 25% da Unitel, através da Vidatel, mas em Dezembro do ano passado acabou por perder o controlo da empresa, após uma decisão do Tribunal Supremo das Ilhas Virgens Britânicas, que lhe retirou o direito de voto e de representação da Vidatel nas assembleias-gerais da Unitel, bem como o direito de receber dividendos passados e presentes, incluindo juros.
Anteriormente, em Março de 2020, o Tribunal Central de Instrução Criminal já tinha arrestado 26,07% das acções da NOS, controladas indiretamente por Isabel dos Santos, através da ZOPT (52% do capital eram detidos em partes iguais pelo grupo português Sonae e pela empresária angolana), entretanto dissolvida.