Depois de sofrer uma das maiores derrotas políticas de seu governo ao ver o rival João Doria (PSDB) inaugurar a vacinação contra Covid-19 no Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a adotar uma retórica de tom ameaçador falando em combate ao “socialismo” e afirmando que são “as Forças Armadas que decidem se povo vai viver uma democracia ou ditadura”.
A fala foi condenada por políticos, autoridades de diversas áreas e até por ex-membros do governo Bolsonaro como o general Santos Cruz. Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e candidato à Presidência em 2018, foi taxativo ao rebater a declaração de Bolsonaro.
“Eu, Ciro Gomes, assumo, com minha palavra de honra: estarei na luta de um, de dez ou de mil para dar a ele o destino de Mussolini se ele tentar algum golpe no Brasil”, afirmou o político cearense em uma transmissão ao vivo nessa terça-feira (19).
Benito Mussolini foi um líder fascista italiano tido como um dos maiores nomes da extrema-direita na história. Nos últimos dias de sua vida, ele foi preso pela Resistência italiana e executado. Seu corpo ficou pendurado pelos pés, exposto em praça pública e acabou enterrado em uma cova sem nome.
Não foi a primeira vez que Bolsonaro adotou um tom golpista durante seu governo. No ano passado, o presidente participou de diversas manifestações que defendiam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
Pressionado pelo fracasso na gestão da pandemia e pelo negacionismo do seu discurso anti-vacina, o presidente assiste a uma crescente discussão sobre a abertura de um processo de impeachment contra ele.