A II edição do Festival Internacional de Curtas-metragens da Kianda (Fesc Kianda) realiza-se de 21 a 24 deste mês, no Centro Cultural Brasil-Angola (CCBA), em Luanda, com a participação de um cineasta norte-americano, convidado para falar sobre a importância da fotografia no cinema.
O director do Fesc Kianda, Vânio Almeida, disse ontem, no auditório do Horizonte Njinga Mbande, que o festival conta com a participação de 24 realizadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O festival, criado com o objectivo de divulgar e promover os trabalhos dos realizadores nacionais, conta com a participação de cineastas de Portugal, Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Além da divulgação dos filmes, os organizadores esperam incentivar a interacção entre os convidados, através da troca de experiências.
Com o propósito, também, de celebrar os 445 anos de existência da Cidade de Luanda, que se assinala no dia 25, a organização pretende, com o festival, descobrir novos talentos, com trabalhos promissores, mas a espera de oportunidades.
Vânio Almeida informou que o festival não tem um pendor competitivo, porém este facto não deve retirar o “peso” dos trabalhos a serem apresentados pelos realizadores convidados, sob a curadoria do cineasta brasileiro Flávio Kactus. “Não há filmes, na edição deste ano, com um único género. Há uma diversidade. Esta foi a aposta. Decidimos receber filmes diversos, de forma a dar mais possibilidades de escolha ao público. É uma forma de estimular a criatividade dos cineastas”.
Homenagem
Este ano, a organização do festival decidiu homenagear a cineasta angolana Maria João Ganga, realizadora da longa-metragem “Na Cidade Vazia”, de 2004, pelo contributo dado à divulgação e valorização do cinema angolano.
Natural do Huambo, Maria João Ganga formou-se na École Supérieure d’Études Cinématographiques de Paris. Trabalhou como assistente de realização em vários documentários, entre os quais “Rostov Luanda”, de Abderrahmane Sissako, assim como também escreveu e realizou peças de teatro.
“Na Cidade Vazia”, um drama sobre um grupo de crianças na Luanda do pós-guerra, foi a primeira longa-metragem nacional realizada por uma mulher e valeu-lhe prémios em diversos festivais de cinema. Actualmente, é proprietária e directora da Casa das Artes, localizada em Talatona, em Luanda, um espaço de cultura aberto a quase todas as disciplinas das artes.
O Fesc Kianda é uma iniciativa da VS Lequeus Audiovisual, com o auxílio da Criações Inéditas e da Krisálida Project. A realização e o apoio material, a nível dos equipamentos técnicos e logístico, é da Fundação Brilha.