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Sábado, Novembro 23, 2024

Caso GRECIMA: Audição de Manuel Rabelais continua no Tribunal Supremo

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O interrogatório ao antigo director do extinto Gabinete de Revitalização e Comunicação Institucional e Administração (GRECIMA), Manuel Rabelais, prossegue hoje, no Tribunal Supremo.

Manuel Rabelais, que está indiciado dos crimes de peculato de forma continuada, branqueamento de capitais e violação das normas de execução orçamental, supostamente cometidos entre 2016 e 2017, está a ser ouvido desde a passada quinta-feira, 10.

Na primeira sessão de julgamento, Manuel Rabelais justificou as razões que o levaram a solicitar ao Banco Nacional de Angola (BNA) a adesão ao processo de compra e venda de divisas.

Explicou que, devido à grave crise económica e financeira do país, derivada da baixa do preço do petróleo e a ausência de dotações do Orçamento Geral do Estado (OGE) e porque o BNA exigia o contravalor em Kwanzas para a aquisição de divisas, optou por contactar empresas idóneas para o efeito.

Essas empresas eram seleccionadas pelo co-réu Hilário Gaspar Santos, à época dos factos, assistente administrativo do Grecima.

De acordo com Manuel Rabelais, a escolha do co-réu Hilário dos Santos deveu-se a confiança existente entre ambos, oriunda de quando funcionavam na Rádio Nacional de Angola (RNA), bem como das boas relações que o mesmo mantinha com o presidente do Conselho de Administração do Banco de Comércio e Indústria (BCI), instituição bancária para onde era canalizada a maioria dos montantes em divisas.

Referiu ter sido ele o único assinante das contas do GRECIMA nos bancos BCI, BAI, BIC, BPC e Sol, por este órgão, na época dos factos, não ter nos seus quadros nenhum funcionário efectivo.

Realçou que o GRECIMA era um órgão dependente do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a quem prestava contas.

Lamentou o facto de, apesar de o GRECIMA ter sido um órgão orçamentado pelo OGE, tal procedimento não se realizar na prática, levando inclusive a ficar entre três a quatro meses sem valores para o seu normal funcionamento.

Para a busca material da prova, estão arrolados, pelo tribunal, 14 declarantes e três pela defesa.

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