24.8 C
Loanda
Sábado, Novembro 23, 2024

Juristas alertam que imunidades podem esconder criminosos

PARTILHAR

Debate sobre as imunidades do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e do ex-vice-presidente Manuel Vicente sobe de tom.

Em determinados círculos políticos, jurídicos e da imprensa em Angola admite-se que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode pedir à Assembleia Nacional uma reavaliação jurídica do estatuto do antigo vice-presidente Manuel Vicente, agora deputado, com vista a analisar a situação e ver até que ponto a imunidade parlamentar o impede de ser investigado pela justiça em processos em curso nos quais o nome dele aparece.

Juristas dizem que para crimes de corrupção a imunidade parlamentar não se aplica e, por isso, não entendem porque ele ainda não foi responsabilizado em vários escândalos já denunciados.

Entretanto, a PGR não confirma qualquer iniciativa nesse sentido, como disse à VOA o seu porta-voz, Álvaro João, num breve contacto.

Mas o debate sobre as imunidades do ex-Presidente José Eduardo dos Santos e do ex-vice-presidente Manuel Vicente sobe de tom.

O jurista Manuel Pinheiro é de opinião que para matérias de peculato as duas figuras “não estão protegidas pelas imunidades” porque “não protegem nem o ex-Presidente nem o ex-vice-presidente”.

A mesma opinião tem o jurista Agostinho Canando que entende que como a PGR olha para as imunidades visa esconder criminosos.

 - portal de angola
Deputados Higino Carneiro e Manuel Rabelais acusados pela PGR<br >Fotografia João Gomes | Edições Novembro

“Se for assim vamos ter vários vice-presidentes e membros ligados ao MPLA, mesmo comentendo crimes, a não serem responsabilizados”, diz aquele jurista.

O nome de Manuel Vicente tem vindo a ser citado em vários processos em investigação na PGR e também no exterior.

Algumas empresas em que ele é sócio chegaram já a ser confiscadas pela justiça.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Juristas divergem sobre mandado de captura de Isabel dos Santos

A notícia de emissão de um mandado de prisão contra a empresária angolana Isabel dos Santos, que, segundo os...

Eleições Gerais de 2022: Juristas falam em “janela legal” para eventual impugnação

Juristas ligados a associações cívicas angolanas advertem para a existência de uma janela legal para eventuais processos de impugnação...

Juristas alertam que processos contra a UNITA no Tribunal Constitucional não acabaram

O Tribunal Constitucional (TC) de Angola não aceitou os argumentos da impugnação do congresso da UNITA realizado em Dezembro...

Alterações ao Código Penal podem levar a “perseguições” e “ditadura jurídica”, avisam juristas

Dois juristas angolanos avisaram que algumas das alterações propostas ao Código de Processo Penal, podem ser usadas para perseguir...