As duas petrolíferas pretendem juntar esforços e reduzir custos em campo compartilhado
O Instituto Nacional do Petróleo de Moçambique (INP) disse, nesta sexta-feira, 27, não ter sido notificado de qualquer intenção da ExxonMobil e da Total de renegociar um acordo de partilha de recursos para os seus enormes projectos de Gas Natural Liquefeito (GNL) no país, escreve a agência Reuters.
No início desta semana, foi reportado que as duas grandes petrolíferas estavam em negociações para aumentar a quantidade de gás que podem extrair de um campo compartilhado, que abrange os seus dois empreendimentos de GNL, no valor combinado de 50 bilhões de dolares, de modo a reduzir custos.
Entretanto, qualquer alteração ao acordo de partilha de recursos – ou “unitização” – que rege a quantidade de gás que cada um pode extrair tem de ser aprovada pelas autoridades moçambicanas.
Em resposta a perguntas da Reuters enviadas por e-mail sobre o assunto, Carlos Zacarias, presidente do INP, órgão que rege o desenvolvimento energético de Moçambique, disse que “ainda não foi informado” das conversações das petrolíferas sobre o acordo e que não participou em quaisquer discussões.
“Pode ser necessário avaliar e ver como (as alterações ao acordo) teriam impacto na duração do projecto, mas é claro que o aumento da produção com pouco ou nenhum investimento adicional deverá significar mais receitas para o Estado moçambicano”, disse Zacarias.
A Reuters escreve também que não se esperava que a Exxon tomasse uma Decisão Final de Investimento (FID, nas siglas em inglês) para o seu projecto até o início de 2022.
O prazo esgotava-se este ano, mas foi adiado em abril e o Governo de Moçambique disse ter antecipado para o próximo ano.
“O FID é decidido pelas concessionárias, quando as condições de mercado são criadas”, disse Zacarias, advertindo que “um atraso na decisão pode adiar o início do projecto, o que não é desejável”.
Os projectos de GNL decorrem em Cabo Delgado, onde há uma forte insurgência que o Governo diz ter ligacoes ao Estado Islâmico, que já matou, pelo menos, duas mil pessoas e provocou milhares de deslocados.
Os investimentos, no entanto, não foram afectados.