Seis membros do grupo San Isidro estavam em greve de fome
Um grupo de artistas cubanos que estava entrincheirado há 10 dias numa casa do centro histórico de Havana foi desalojado pela polícia na quinta-feira, 26.
No total, segundo disseram activistas nas redes sociais, 14 pessoas estavam no local, seis delas em greve de fome há vários dias, em protesto pela libertação de um integrante do grupo, o rapper Denis Solís, detido a 9 de novembro e condenado a oito meses de prisão por “desacato” à autoridade.
No Twitter, um dos activistas escreveu que os membros do Movimento ‘San Isidro’ foram desalojados à força “e não sabemos seu paradeiro. Tememos por sua integridade física”.
No final da noite, os detidos regressaram às suas casas, depois de terem sido interrogados pela polícia, que deve formalizar uma acusação junto do Ministério Público.
A Amnistia Internacional para a América Latina também fez eco à denúncia.
“Enquanto o regime de @DiazCanelB bloqueava todas as redes sociais em Cuba, os seus agentes violentos invadiram o @Mov_sanisidro e levaram todas as pessoas que estavam num acto de protesto contra a repressão”, escreveu a directora da AI par a região, Erika Guevara-Rosas, que também no Twitter pediu “sua libertação e respeito aos direitos humanos”,
Os líderes do movimento são o artista Luis Manuel Otero, de 32 anos, preso por 12 dias em março por usar a bandeira cubana numa apresentação que foi considerada “degradante” pelo regime e o rapper Maykel (Osorbo) Castillo, de 37 anos, condenado em 2018 a um ano de prisão por “agressão à autoridade”.
Os dois estavam em greve de fome.
O escritor e jornalista Carlos Manuel Álvarez, colaborador dos jornais norte-americanos “The Washington Post” e “The New York Times”, chegou a Havana na terça-feira, para se unir ao grupo e foi detido por, segundo as autoridades, ter violado a quarentena exigida a todos que chegam ao país.