25.2 C
Loanda
Sexta-feira, Novembro 22, 2024

ONG pede investigação à actuação da polícia angolana

PARTILHAR
FONTE:RFI

A Organização Human Rigths Watch denuncia a postura da polícia angolana nas manifestações em Angola e defende que executivo liderado pelo Presidente João Lourenço “deve tomar medidas concretas contra aqueles que cometem abusos contra os manifestantes pacíficos”.

Em comunicado, a Human Rigths Watch critica a postura da polícia angolana nas manifestações para denunciam a pobreza no país, pedindo uma investigação aos alegados tiros da polícia contra os manifestantes.

A analista sénior da Human Rights Watch para África, Zenaida Machada considera que “os disparos da polícia contra os manifestantes pacíficos são vergonhosos e criminosos”. A analista defende que o executivo angolano “deve investigar minuciosamente o uso de força letal desnecessária pela polícia e responsabilizar os culpados”.

A Human Rigths Watch denuncia o usa de balas reais, gás lacrimogéneo e cães para dispersar os manifestantes e acusa a polícia de ter espancado dois activistas, Nito Alves e Laurinda Gouveia e deteve arbitrariamente Luaty Beirão.

 - portal de angola
Em comunicado a Human Rigths Watch critica a postura da polícia angolana nas manifestações para denunciam a pobreza no país<br >DR

No protesto pacífico contra o governo de João Lourenço uma pessoa perdeu a vida. A informação foi avançada pelo chefe da equipa do banco de urgência do Hospital Américo Boavida, Augusto Manuel. O jovem de 26 anos, estudante universitário, deu entrada na unidade hospitalar ao início da tarde de quarta-feira, depois de ter ficado ferido na tentativa de manifestação para exigir melhores condições de vida e a realização das primeiras eleições autárquicas.

O paciente, Inocêncio de Matos, foi levado pela polícia ao hospital. Em declarações à Televisão Pública de Angola, o médico disse que o jovem teria sido atingido “com um objecto contundente” que lhe provocou um trauma na cabeça, “com sangramento activo e exposição da massa cerebral”. O jovem foi levado para o bloco operatório, em estado inconsciente, mas após quatro horas veio a morrer.

O advogado Zola Bambi afirmou que vai prestar apoio judiciário à família do jovem morto no protesto pacífico, admitindo avançar com processos criminal e cível contra o Estado e a polícia angolana.

O porta-voz do comando provincial de Luanda da polícia negou, esta sexta-feira, qualquer responsabilidade dos agentes na morte de um jovem durante a manifestação de quarta-feira passada na capital angolana, reiterando que a actuação policial foi “legal e legítima”.

Zenaida Machado diz que as autoridades angolanas não se devem refugiar nas medidas contra a covid-19 para justificar o policiamento excessivo e a repressão violenta de protestos pacíficos.

A analista da Human Rigths Wacth defende que o governo liderado pelo Presidente João Lourenço deve responsabilizar aqueles que cometeram abusos contra os manifestantes.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

ADRA lança consulta para estruturação do plano socioeconómico 2022-2027

A organização não-governamental angolana Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) lançou, terça-feira, no Huambo, uma consulta pública...

Tribunal espanhol arquiva investigação sobre a morte de José Eduardo dos Santos

A Justiça espanhola arquivou a investigação sobre a morte do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, confirmando que se...

CPJ pede investigação sobre a agressão de jornalistas moçambicanos

O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, pede às autoridades moçambicanas uma investigação...

Filha de José Eduardo dos Santos apresenta queixa e exige investigação a “tentativa de homicídio” do pai

A advogada que representa Tchizé dos Santos, filha do antigo Presidente de Angola, confirmou esta segunda-feira à agência Lusa...