Marrocos anunciou nesta sexta-feira, 13, o fim do cessar-fogo, o lançamento de uma operação militar, em resposta ao às “provocações” da Frente POLISARIO, noticia a AFP.
A operação que decorre na zona tampão de Guerguerat é uma “declaração de guerra”, declarou ao mesmo órgão de informação, Mohamed Salek Ould Salek, chefe da diplomacia saharaui, que declarou caducos os acordos de cessar-fogo de 1991.
A tensão aumentou na antiga colónia espanhola, desde que 200 veículos foram bloqueados no posto fronteiriço do extremo Sul do território reivindicado por Marrocos e pela Frente POLISARIO.
A operação militar marroquina visa “restaurar a livre circulação de pessoas e bens”, explica Rabat.
Por seu lado, a Mauritânia reforçou as suas posições na fronteira, para qualquer eventualidade.
Guerguerat está no centro das tensões, dês 2017, com a POLISARIO a denunciar a existência de uma estrada que Marrocos considera como essencial para as suas trocas com os países ao Sul do Sahara.
Rabat, que controla 80% do Sahara Ocidental, as suas minas de fosfato e as suas águas ricas em pesca na parte Oeste, ao longo do Oceano atlântico, defende uma “autonomia sob o controlo” do território, onde há alguns anos, estão em curso várias obras de desenvolvimento.
Um cessar-fogo foi assinado em Setembro de 1991, sob a égide da ONU, depois de 16 anos de guerra.
As negociações organizadas de ONU, e que envolvem Marrocos, a POLISARIO, Argélia e Mauritânia, estão suspensas há vários meses.
A POLISARIO que proclamou a República Árabe Saharaui (RASD), no inicio de 1980, defende uma independência através de um referendo de auto-determinação.
No Norte da Argélia vivem milhares de refugiados que dependem da ajuda humanitária, que começa a escassear, segundo a ONU.