Na madrugada desta terça-feira, 27 de outubro, foi raptado um cidadão norte-americano em Massalata, no sul do Níger, a cerca de 400 kms a leste da capital Niamey e perto da fronteira com a Nigéria, informaram autoridades distritais em Birni Nkonni, a poucas centenas de kms a oeste da região do sudeste do país, palco frequente de ataques de Boko Haram.
O cidadão norte-americano Philip Walton residente há cerca de dois anos em Massalata, no distrito de Birni Nkonni – onde o seu pai, Bruce Walton vive desde 2003 e onde ambos criam camelos – foi sequestrado na madrugada desta terça-feira, 27 de outubro “num jardim nos arredores de Massalata”, afirmou o governador da região de Tahoua, Abdourahamane Moussa.
Segundo o seu pai, citando fontes policiais, Philip Walton foi raptado por seis assaltantes – talvez da etnia fula – que se deslocaram em motorizadas e armados com metralhadoras AK-47 que penetraram no seu jardim e reclamaram dinheiro, mas como ele só possuia 20.000 FCFA, cerca de 30 euros, decidiram raptá-lo e fugiram em direcção à fronteira com a Nigéria, situada a menos de 1 km de Massalata.
A polícia das fronteiras lançou operações de busca dos raptores, até agora infrutíferas, enquanto a família de Philip Walton, seu irmão, esposa e filha foram encontrados pela polícia amarrados, pelo que só preveniram as autoridades cerca de 4 horas depois do rapto, mas estão sãos e salvos, mas extremamente traumatizados.
Outro cidadão norte-americano, Jeffery Woodke, um funcionário humanitário raptado em outubro de 2016 em Abalak, no nordeste de Tahoua e levado para o Mali, continua nas mãos dos criminosos.
Outro refém raptado no Níger é o funcionário humanitário alemão Jörg Lange, raptado em abril de 2018, perto da fronteira com o Mali.
O presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, afirmou em setembro de 2019 que Jeffery Woodke estava vivo e em boa saúde.
Pelo menos 6 reféns ocidentais continuam retidos no Mali, Burkina Faso e Níger, após a libertação a 8 de outubro no Mali da francesa Sophie Pétronin e de dois italianos.
O Níger, país do Sahel muito pobre, é cenário ataques extremistas frequentes, que já provocaram centenas de mortes, ataques geralmente circunscritos ao oeste do país, na fronteiras com o Mali e o Burkina Faso, até ao assassínio de 6 funcionários humanitários franceses, seu guia e o motorista, em agosto passado, num parque de girafas em Kouré, a sudeste de Niamey.