O bispo de Benguela Dom António Jaca disse não haver “nada de extraordinário” na recente decisão da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, de proibir padres de exercerem funções públicas sem autorização da igreja.
A decisão foi tomada na última reunião da CEAST e surge depois de alegações contra um padre católico que foi constituído arguido num caso envolvendo a alegada venda ilegal de casas do estado.
O decreto aponta para sinais crescentes de apetência ao exercício de ofícios seculares, algo que, segundo o evangelista João Guerra, que esteve no extinto movimento Pro Pace, deixa os clérigos expostos à corrupção.
“Aí os Bispos viram que isso não beneficiava a Igreja em nada”, comentou Guerra.
“Pior ainda porque muitos se meteram em escândalos, corrupção e negócios escuros’’, acrescentou.
Mas o secretário-geral da CEAST e bispo da diocese de Benguela Dom António Jaca, disse tratar-se de “uma norma antiga”.
“Os decretos não têm efeitos retroactivos, isto é uma norma antiga”, alguns sacerdotes “podem ter a autorização, mas eles sabem o que devem fazer, não há aqui nenhum terramoto, nada de extraordinário’’, afirmou.
O chefe de departamento na Universidade Katyavala Bwila e comissário na Comissão Provincial Eleitoral em Benguela, por isso abrangido, o padre Eduardo Alexandre disse que ele próprio “sempre fui autorizado, até pelos mesmos que agora orientam, eles não se contradizem”.
“Estou na Comissão Nacional Eleitoral a pedido de Dom Óscar Braga, isto porque o Executivo pretendia equilíbrio, e eu tinha experiência por ter passado por missões sociais’’,acrescentou.
O decreto saído da segunda assembleia ordinária da CEAST refere também que os clérigos não devem ser activos em associações sindicais, a menos que para defesa da Igreja.