David Nabarro, consultor do gabinete do diretor-geral da OMS, apelou aos governos para que não recorram ao confinamento como principal medida para controlar a propagação do novo coronavírus.
“Nós, na Organização Mundial de Saúde, não aconselhamos os confinamentos como medida primária de controlo deste vírus”, afirmou David Nabarro, enviado especial do gabinete do diretor-geral da OMS para o combate à pandemia do novo coronavírus.
“Os confinamentos têm uma consequência que nunca deve ser subestimada: tornam as pessoas pobres muito mais pobres”, acrescentou o especialista médico, em entrevista ao The Spectator.
Estas declarações alinham com o indicado na semana passada pelo diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, que afirmou que o encerramento de países é uma situação a evitar porque tem consequências negativas nas populações. Estas afirmações não foram recebidas de forma consensual, sendo a organização acusada de volte-face em relação aos conselhos que deu inicialmente, quando a pandemia foi declarada.
“O único motivo que acreditamos que justifica um confinamento é para ganhar tempo para reorganizar, reagrupar, equilibrar os recursos; proteger os profissionais de saúde, que estão esgotados”, disse, acrescentando, porém, que “no geral, preferimos não o fazer”.
Nabarro indicou à mesma publicação que os dois grandes efeitos dos confinamentos são o impacto económico em pequenos países que dependem do turismo e níveis de pobreza maiores. “Apelamos a todos os líderes mundiais: parem de usar o confinamento como medida primária de controlo”, disse o especialista.