Dois agentes da polícia foram espancados e baleados, assim como as suas armas roubadas , na quarta-feira em Herblay, no noroeste da região parisiense. Segundo o Ministério do Interior francês, o acto foi de uma grande selvajaria. Sectores da direita, na oposição, criticaram o laxismo presumível do governo francês.
Segundo o Ministério Público de Pontoise, as duas vítimas, de 30 e 45 anos, são membros da Polícia Judiciária de Cergy-Pontoise, aglomeração urbana do noroeste da região parisiense e foram supreendidas, enquanto efectuavam uma missão de vigilância numa zona industrial.
Esta nova agressão adiciona-se à lista de actos violentos e emblemáticos que desencadearam em Julho último, mais uma vez no seio da classe política francesa, o debate sobre a insegurança no país, a cerca de 18 meses da eleição presidencial.
De acordo com fontes policiais,um dos agentes agredidos, foi atingido por quatro balas e está entre a vida e a morte. O seu colega ficou ferido na coxa e na perna, mas ele não está em perigo de vida.
Segundo ainda o Ministério Público, ambos os polícias evidenciam marcas de golpes e o mais gravemente ferido sofre de uma fractura craniana.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin considerou que os dois polícias foram “massacrados” com a intenção de matar.
Fontes da polícia informaram que três indivíduos são activamente procurados pelo ataque, que ocorreu numa zona comercial entre uma imprimaria e uma empresa de manutenção.
As atrás referidas fontes precisaram que a agressão teve lugar às 22h30, hora francesa, quando os três indivíduos se aproximaram da viatura dos polícias, tomando os dois agentes por nómadas. Ambos teriam sido confundidos com ciganos disfarçados de polícias.
A agressão suscitou numerosas condenações políticas, pela direita e a extrema-direita, que acusaram o executivo francês de “laxismo, indiferença e falta de reacção”.
Segundo um estudo publicado em Novembro de 2019 pelo Observatório Nacional da Delinquência e das Respostas de Direito Penal (ONDRP) a polícia francesa recenseou 12.853 agentes feridos em 2018, isto é , um aumento de cerca de 16% em relação em 2017.
Em 11% dos casos, comparado com 8% em 2017, os ferimentos foram provocados por armas de fogo, brancas ou por afectação.
O Primeiro-ministro francês, Jean Castex qualificou, a agressão aos dois polícias, de acto odioso e cobarde, considerando que os criminosos envolvidos atacaram a República.