A chuva dos últimos dias em Cabo Verde provocou vários estragos na cidade da Praia, e a recuperação passa pelo apoio do Governo e parceiros internacionais, disse o presidente da Câmara Municipal.
“Estradas, casas, espaços desportivos, muros de protecção danificados, viaturas arrastadas pelas cheias e a morte de uma bebé”, marcam pela negativa o fim de semana de chuvas na capital cabo-verdiana, disse Óscar Santos.
Santos, entrevistado pela VOA, disse que, para além da limpeza para a desobstrução das estradas a fim de permitir a circulação das pessoas e bens que já começou, serão necessários avultados meios financeiros para intervenção de fundo na protecção das encostas e construção de condutas sólidas para drenagem e passagem de água.
Conforme o autarca, a cidade cresceu muito e com muitas construções em locais inapropriados, o que leva a edilidade a trabalhar na correcção e criação de infra-estruturas para uma melhor organização urbanística.
No entanto, afirmou Santos, os estragos provocados pelas últimas chuvas mostram que ainda é necessário fazer-se muito mais, o que exige o apoio do poder central e de parceiros internacionais, no sentido de “estarmos melhor preparados e enfrentarmos situações do género com melhor segurança”.
Alegria no campo
O edil defende a preparação de um projecto estruturante que envolve a colaboração de engenheiros, arquitectos e outros técnicos ligados à construção, para que o maior centro urbano e populoso do arquipélago esteja melhor apetrechado.
Depois de praticamente três anos sem chover, o país conheceu dias de muita precipitação devido a uma depressão tropical, disseram os serviços de meteorologia.
Apesar dos estragos a lamentar, as chuvas deixam os cabo-verdianos com sentimento de alegria, sobretudo homens e mulheres do campo, que após o árduo trabalho da sementeira e monda, esperam por uma colheita positiva de milho e feijões, maiores culturas de sequeiro.
Os camponeses estavam com alguma preocupação, mas agora a esperança está renovada.
Outro aspecto que dá satisfação, prende-se com o enchimento das barragens, infra-estruturas que tem provocado alguma discussão sobre a sua utilidade ou não precisamente devido a seca que o arquipélago vinha atravessando nos últimos anos.