O presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, suspendeu, esta quarta-feira, o secretário-geral do partido, Pedro Mucumbi Dala.
A medida deve-se a uma alegada “traição” e por não “comungar os mesmos ideais políticos”.
Conforme Lucas Ngonda, que falava em conferência de imprensa para esclarecer as razões da suspensão, o secretário-geral ora substituído interinamente por Aguiar António Laurindo, terá constituído um grupo no secretariado para a sua destituição.
“O meu colaborador directo entrou em desacordo com o Pacto de Unificação da FNLA, quando ele foi o mandatado para negociar com a outra ala e assinou o referido pacto. Agora não está de acordo com o tratado neste processo, que culminará com a realização do II congresso extraordinário, em Setembro de 2020”, acusou.
Entretanto, o secretário-geral suspenso e coordenador da Comissão de Unidade do Partido, Pedro Mucumbi Dala, afirmou, na mesma conferência de imprensa, que “Lucas Ngonda é o causador da separação da FNLA”.
Conforme o mesmo, o actual presidente pretende “perpetuar-se na presidência da organização, refugiando-se no acórdão do Tribunal Constitucional”.
Fundamentou que o pacto de reconciliação estabelece que “o actual presidente não se pode candidatar a própria sucessão”.
Segundo a fonte, em vésperas do II congresso extraordinário inclusivo da FNLA, o presidente Lucas Ngonda tem usado artimanhas para afastar os possíveis candidatos à sua sucessão, com acusações infundadas”.
Em resposta, Lucas Ngonda disse que “Pedro Dala violou os Estatutos da FNLA, plasmado no nº 1 e 2 do artigo 39, alinea k sobre as responsabilidades do Secretário-geral, o nº1 (conjugado com a linha C) e o nº 9 do artigo 34”.
Esse normativo, explicou, delibera “que o presidente deve defender com todos os meios a unidade e a coesão em torno dos ideais da luta heróica da FNLA, bem como assegurar o desenvolvimento harmonioso”.
A conferência de imprensa foi interrompida, por desentendimento entre o presidente do partido e o secretário-geral suspenso, com o último a acusar o presidente de ser “o grande obstáculo para a unificação da FNLA”.
A FNLA vive uma crise de liderança desde a morte do seu fundador Holden Roberto, em Agosto de 2007, aos 84 anos.
O partido tem um assento no Parlamento, saído das Eleições Gerais de 2017, lugar que é ocupado por Lucas Ngonda.