O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, foi hoje à conferência de imprensa diária de actualização sobre a Covid-19 em Angola, para advertir que algumas das regras plasmadas no decreto presidencial relativas à situação de calamidade estão a ser mal interpretadas, nomeadamente no que toca à saída das cercas sanitárias e sobre os ajuntamentos de pessoas para fins festivos.
Adão de Almeida foi claro ao afirmar que as novas regras não permitem a saída das cercas sanitárias existentes em Luanda e no município do Cazengo, no Kwanza Norte, e que as saídas permitidas são exclusivamente para as excepções inseridas no documento presidencial.
As excepções são apenas para a entrada e saída de bens essenciais, para a saída de doentes e ainda para situações humanitárias, tendo o ministro advertido que ter um teste negativo não permite, por si só, que as pessoas passem os limites da cercas sanitárias.
Quanto aos ajuntamentos, estes estão igualmente proibidos e só são permitidos ajuntamentos de até 15 pessoas em contexto familiar e não, de forma alguma, para efeitos festivos.
Adão de Almeida sublinhou que o país se mantém numa situação de calamidade pública desde 26 de Maio, depois de um período de estado de emergência, com diferentes níveis de medidas de contenção da Covid-19, advertindo que o sucesso destas depende do cumprimento por parte dos cidadãos.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República notou que actualmente, por má compreensão das regras, muitos cidadãos estão a ocorrer aos postos de testagem para sair das cercas sanitárias.
“Ir à fazenda buscar batatas não é uma saúde essencial”, disse o ministro, aproveitando a ironia para explicar aquilo que devia ser evidente.
Outra questão, apontou, são os ajuntamentos para efeitos festivos, sobre os quais existem interpretações incorrectas, com a verificação de ajuntamentos dessa natureza nos últimos dias…
“Temos de interpetar correctamente as regras”, notou Adão de Almeida, nomeadamente a questão de ser proibido a saída das cercas sanitárias, excepto para as excepções, e não basta ter um teste. Em segundo plano, vincou que não são permitidos ajuntamentos para efeitos festivos.
Entretanto, a porta-voz da Comissão Multisectorial de Combate à Covid-19 em Angola, Sílvia Lutucuta, ministra da Saúde, avançou que foram detectados mais 21 casos positivos com idades dos 31 aos 71 anos, sendo 13 do sexo masculino e oito do sexo feminino, e destes 20 são angolanos e uma cidadã indiana.
“Tivemos mais dois óbitos, um homem 64 anos de idade, que estava em estado crítico, quadro respiratório grave, e um segundo óbito de homem, de 62 anos de idade, igualmente com outras doenças acumuladas.
Situação epidemiológica: total de 483 casos, 11 recuperados, 25 óbitos.
A ministra não voltou a falar da questão da transmissão comunitária.
Sobre a testagem em massa, rastreio em grandes aglomerados, nos mercados de Luanda. Onde foram rastreados, em quatro mercados, um total de 6 mil pessoas, especialmente vendedores, através de testes serológicos, ao que se somam outros feitos em vários locais tendo, no total, sido feitos mais de 10.180, obtiveram 310 testes reactivos, em que se faz a detecção de anticorpos, IGG, que indica que o individuo já esteve em contacto e desenvolveu imunidade, e os IGM, apontando pessoas que têm doença activa.
Mas as confirmações são feitas posteriormente em laboratório e estas ainda não estão todas concluídas.