O presidente Vladimir Putin está satisfeito com o sistema político construído na Rússia, sistema que tem provado sua resistência ao estress, afirmou o porta-voz do Kremlin nesta segunda-feira (22).
Há pouco, comentando uma alteração à Constituição, que, se aprovada, lhe daria o direito de concorrer a um novo mandato, Putin disse que, caso contrário, dentro de dois anos, em vez de trabalharem normalmente, em muitos níveis de governo começará uma busca frenética por possíveis sucessores.
“A – O presidente está satisfeito com o sistema construído. B – O sistema provou sua estabilidade, resistência ao estress. O presidente explicou de maneira bastante abrangente a ameaça potencial à situação. Isso é, de fato, uma característica do nosso mundo de funcionários do Estado e da nossa vida nacional em geral”, disse o porta-voz, Dmitry Peskov, respondendo a uma pergunta sobre se o presidente está satisfeito com o sistema construído.
Ao ser questionado sobre se o Kremlin tenciona ler o livro do ex-conselheiro presidencial norte-americano John Bolton, após o seu lançamento, e como encara as declarações sobre o presidente russo no livro, Peskov afirmou que, de fato, algumas das revelações estão disponíveis na Internet, e que a entrevista de Bolton também já foi publicada.
“Não gostaríamos de modo algum de comentar as avaliações dele [Bolton], no que diz respeito à situação política interna dos Estados Unidos, isso não é da nossa conta. As características que Bolton deu ao [seu] chefe de Estado, do qual foi conselheiro durante um ano, também não são da nossa conta, não o faremos”, disse Peskov.
“Quanto às avaliações que fez do nosso presidente [Putin], há avaliações diferentes, há coisas com que se pode concordar, há outras com que não se pode concordar. Por isso, é necessário analisar aqui determinadas afirmações, provavelmente é impossível fazer uma avaliação geral”, acrescentou Peskov.
Peskov não especificou se o presidente russo encara o livro de Bolton de forma negativa ou positiva.
Quanto à pergunta se a Rússia possui disputas de territórios com os países vizinhos, o secretário de imprensa russo afirmou que não.
“Não, a Rússia não tem reivindicações territoriais em relação aos seus vizinhos”, respondeu Peskov.