O engenheiro hidráulico confirma que neste momento Luanda não tem água e explica na entrevista a seguir os motivos.
Francisco Lopes dos Santos, considera que as populações não têm água e por isso é necessária a contribuição dos especialistas nesta área, “nas acções do Governo, precisamente, para solucionarmos este problema muito sério que estamos a viver neste momento”.
O engenheiro hidráulico frisou que a Covid 19 resolve-se com água. E não havendo o precioso líquido, não haverá solução para a pandemia.
“Luanda está situada numa zona altamente privilegiada. Tem dois grandes rios: o Zenza ou Kifangondo e temos rio Cuanza. Portanto ela circunda a cidade de Luanda. Se tivéssemos apenas o rio Cuanza nós tínhamos manancial suficiente para abastecer a cidade de Luanda, com caudais que o rio Cuanza despeja para o mar, são enormíssimos e suficientes para abastecer Luanda”.
” E para além disso nós podíamos fazer o aproveitamento das outras águas. Temos ainda outros recursos hídricos que possuímos. Por exemplo: as águas fecais e as águas residuais também constituem um potencial hídrico, que pode ser reaproveitado para outros serviços.
“E ainda temos as águas pluviais, as águas das chuvas. Luanda está situada na zona tropical e tem uma intensidade de chuvas, aproximadamente de mil litros por segundo, por hectare”.
“Portanto, se nós tivermos, um sistema de saneamento, bem desenhado, bem estruturado, nós podemos fazer um aproveitamento racional de todos esses recursos hídricos”.
E esse reaproveitamento “não está a acontecer”. “Por isso é que nós sofremos hoje, com o problema do abastecimento de água.
ENTREVISTA COMPLETA DE FRANCISCO LOPES DOS SANTOS À TPA – YOU TUBE
As falhas devem-se na própria estrutura. Em matéria de abastecimento de água há um elemento fundamental. os pontos de captação devem estar próximos dos pontos de produção e os pontos de produção devem estar próximos dos pontos de distribuição.
A equação é esta. E nós estamos a fazer o trabalho de forma contrária”. Os pontos de captação estão próximos dos pontos de produção, mas estão muito distantes dos pontos de distribuição e de consumo. Acompanhe a interessante entrevista pelo vídeo em anexo.