A UNITA manifestou a sua repulsa pelo uso da força por agentes da Polícia Nacional (PN) de Angola, que tem provocado várias mortes de cidadãos indefesos, e a comparou ao assassinato do afro-americano George Floyd, nos Estados Unidos.
“A horrenda morte de George Floyd deve merecer uma unânime condenação de todos os africanos”, afirma o principal partido da oposição em Angola, num comunicado divulgado nesta segunda-feira, 8, no qual lembra que “o mundo acordou com um manto de horror no passado dia 25 de maio causado pelo hediondo assassinato do afro-americano (..) com motivações raciais”.
Depois de referir que “actos do género devem ser desencorajados e responsabilizados civil e criminalmente os seus actores”, a UNITA aponta o dedo às autoridades angolanas ao dizer que “exprime igualmente a sua repulsa ante comportamentos similares que têm ocorrido em Angola, onde as forças da lei e da ordem têm usado excesso de força causando igualmente vítimas mortais”.
O partido do galo negro lembra ainda que “o sonho da liberdade de Luther King de ver negros em pé de igualdade no usufruto dos seus direitos com homens de outras raças coincidiu com a luta pelas independências africanas que permitiu às populações autótones tomarem as rédeas das suas pátrias de nascimento” e cita nomes como Nelson Mandela, Kwame Nkrumah, Léopold Sédar Senghor, Samora Machel, Jonas Savimbi, Agostinho Neto e Holden Roberto.
O comunicado da UNITA surge depois do assassinato de mais duas pessoas nas mãos da polícia no sábado, 6.
Na Huíla, uma senhora foi morta no município de Caluquembe, por disparos da PN, que segundo a corporação, tentava dispersar comerciantes de um mercado irregular, no bairro Campo da Aviação.
No mesmo dia, um agente perseguiu e matou à queima-roupa, dentro do quintal sua casa, um adolescente de 15 anos, Altino Arlindo Afonso, no bairro Simone Mucune, distrito do Camama, município de Talatona, na capital angolana.