Apesar do endurecimento das restrições de circulação da população na Guiné-Bissau, os casos continuam a subir, com o número de infectados a ultrapassar doravante as mil pessoas. Neste contexto, as organizações da sociedade civil, as ONG e a Igreja Católica não escondem a sua preocupação. A organização Médicos Sem Fronteiras diz que a situação é alarmante e a Igreja Católica refere que vai lançar o seu plano de assistência às populações.
Só nas últimas 24 horas, 42 pessoas testaram positivo, totalizando agora 1.032 pessoas infectadas, 38 das quais recuperadas da doença e quatro óbitos.
Dentre as pessoas infectadas, estariam cerca de duas dezenas de empregadas domesticas.
O presidente da associação das empregadas domésticas da Guiné-Bissau, Sene Cassamá continua a queixar-se da falta de assistência dessa classe trabalhadora. Além de infectadas, muitas das empregadas estão a ser despedidas pelos patrões.
Até ao momento, segundo Sene Cassamá, mais de 300 empregadas ficaram sem trabalho.
Entretanto, a Igreja Católica guineense prepara-se para lançar o seu próprio plano de assistência para travar a propagação da covid-19.
O plano de resposta, preparado pela ex-ministra da Saúde guineense, Magda Robalo, uma leiga católica, visará arrancar com uma campanha de sensibilização porta-a-porta sobre a doença e ainda a distribuição de mais de 30 mil mascaras ao nível nacional.
O plano, que será lançado na terça-feira, também pretende ajudar na melhor gestão dos hospitais da Igreja católica colocados à disposição das autoridades sanitárias para atender as pessoas infectadas pela covid-19.
Refira-se que no âmbito do combate à pandemia, o Presidente guineense decretou há dias o prolongamento do Estado de Emergência até ao dia 26 de Maio, tendo sido igualmente decidido o recolher obrigatório entre as 20 horas e as 6 horas locais.