Com o encerramento das fronteiras, por força do coronavírus, a TAAG deixou de realizar, em média, 32 voos por dia, dos quais 15 internacionais e 17 domésticos, todos consubstanciados no transporte de passageiros, informou Jorge Bengue, citado pela Angop.
Falando no espaço ”Conversas sobre a Covid-19, promovido pela Comissão Multissectorial de Combate ao novo coronavírus, no CIAM, o director-geral do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários referiu que a companhia tem registado, desde Março último, prejuízos de 70 a 80 por cento. Ao dissertar sobre o “Impacto da limitação à liberdade de circulação no sector dos Transportes, Jorge Bengue referiu que a maior parte das receitas da TAAG advêm da transportação de passageiros, tendo a paralisação da actividade impactado negativamente o sector aéreo.
Com a cerca sanitária nacional e internacional, a companhia nacional de bandeira está autorizada apenas a realizar voos humanitários e transporte de mercadorias, no quadro da prevenção e combate à pandemia, que já infectou 43 cidadãos em Angola.
Outros subsectores
O director-geral do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários afirmou que, a nível dos subsectores marítimo e portuário, a situação ainda não é preocupante, por as actividades estarem focadas essencialmente ao transporte de mercadorias. A título de exemplo, e sem mencionar perdas, Jorge Bengue referiu que actualmente o Porto de Luanda tem, em média, uma frequência de dois navios/dia, “o que ainda não belisca essa actividade”.
O responsável sublinhou que, apesar de não afectar ainda consideravelmente as actividades marítima e portuária, o impacto negativo da Covid-19 nesses subsectores será visível nos próximos dias, devido ao cancelamento de vários navios. Quanto à actividade ferroviária, o palestrante disse que “a situação também não é boa, devido à paralisação da transportação de passageiros, limitando-se apenas ao carregamento de mercadorias, a principal fonte de arrecadação de receitas do sector, no geral”.
O subsector rodoviário, prosseguiu Jorge Bengue, também está a ressentir das restrições impostas pelo Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República, com a limitação na lotação dos transportes públicos e privados, assim como na paralisação do tráfego interprovincial.
Regulamentação do moto-táxi
O director-geral do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários recordou que a regulamentação da actividade de moto-táxi entrará em vigor brevemente, tendo em conta o número de cidadãos que se dedicam a essa prática. De acordo com Jorge Bengue, o futuro diploma visa a formalização da actividade de transporte de passageiros em motos, vulgo Kupatata, exercida há mais de 20 anos, sem qualquer respaldo legal.
Disse que, nos próximos dias, o documento será encaminhado ao Conselho de Ministros, para a sua aprovação. Segundo o responsável, com o diploma, o Ministério dos Transportes pretende estabelecer o regime jurídico que determinará o exercício de Moto-taxi, fixando regras e procedimentos para o licenciamento do veículo, perfil do condutor e outros aspectos organizacionais.