O porta-voz da Comissão de Defesa e Segurança, Waldemar José, solicitou , ontem, em Luanda, a certas entidades do país que gozam de imunidades, a colaborarem e, por via disso, dar exemplos no cumprimento rigoroso da cerca sanitária, imposta por força do Decreto Presidencial.
Ao intervir na mesma conferência de imprensa, no Centro Aníbal de Melo, o subcomissário Waldemar José defendeu que as entidades ou pessoas que exercem cargos de destaque devem ser as primeiras a cumprirem com as normas estabelecidas pelo Decreto Presidencial, que estipula o Estado de Emergência.
As imunidades de que gozam os governadores, ministros, generais, oficiais superiores, comissários da Polícia Nacional, magistrados judiciais e do Ministério Público, lembrou, não os torna imunes a doenças e muito menos lhes dá o direito de colocar em risco a vida de terceiros. Waldemar José argumentou que as entidades que gozam de imunidades são menos de três mil em todo o país, na ordem de um por cento da população. Por isso, reforçou, não se pode permitir que os mesmos sejam uma ameaça à segurança de 99 por cento dos angolanos.
Relativamente à criminalidade, o oficial informou que, num mês de confinamento, o país registou um decréscimo nas cifras criminais, especialmente para casos mais violentos. Em acidentes de viação foram registados dez casos por dia, menos dois em relação a igual período do mês anterior. O porta-voz da Comissão de Defesa e Segurança indicou que houve menos 60 homicídios em relação ao período anterior, menos 379 crimes de ofensas corporais e, também, um decréscimo de 122 delitos com recurso a arma de fogo.
Quanto a detenções por violações ao Decreto Presidencial, o subcomissário disse que as Forças de Defesa e Segurança efectuaram 5.859 detenções, 516 dos quais julgados sumariamente. Deste número, 2.823 cidadãos estrangeiros foram detidos por não terem observado a cerca sanitária ao longo da fronteira nacional. O oficial disse que houve a detenção de 1. 709 cidadãos por actividade de moto-táxi e 775 por não observarem o número de lotação. Houve a preensão de 274 mil litros de combustíveis em Cabinda, Lunda-Norte e Moxico.