O governo mexicano decidiu pela saída imediata de imigrantes sem documentos alojados em estações migratórias do país, no âmbito da contingência sanitária da pandemia do novo coronavírus, segundo informações divulgadas neste domingo (26).
“Com base nas recomendações sanitárias de autoridades mexicanas e de organismos nacionais e internacionais sobre a protecção dos direitos humanos (…), foi implementada a saída de algumas pessoas migrantes (…) que, por diferentes razões, não tiveram sua situação jurídica resolvida”, destacou o Instituto Nacional de Migração (INM) em um comunicado.
A medida do governo mexicano é adoptada depois de vários apelos de organizações internacionais de direitos humanos, inclusive o escritório em Washington para Assuntos Latino-americanos (WOLA), para proteger a saúde e a segurança dos imigrantes detidos em estações migratórias em meio à pandemia de COVID-19.
“O INM retomou as políticas emitidas por agências da Organização das Nações Unidas no campo da segurança humana que estabelecem medidas que ponham a salvo a saúde, a integridade e a vida da população em situações de risco iminente”, disse a instituição.
O organismo informou que de seus 65 estações e abrigos migratórios no país, com capacidade para 8.524 pessoas, 3.760 migrantes foram alojados em Março. Actualmente, abrigam 106 pessoas.
A entidade explicou que outra razão para decidir pela saída imediata dos migrantes sem documentos, a maioria centro-americanos, “foi o fechamento da fronteira pela emergência sanitária por parte de Guatemala, Honduras e El Salvador, ocasionando o atraso dos retornos assistidos”.
As autoridades migratórias informaram que as pessoas que quiserem permanecer abrigadas nas estações do INM “poderão fazê-lo ao manifestar, perante o instituto, sua vontade de forma expressa”.
Após as multitudinárias caravanas do final de 2018 e começo de 2019, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou adoptar sanções comerciais contra o México se não tomasse medidas para conter a onda migratória.
O presidente Andrés Manuel López Obrador endureceu, então, sua política migratória e enviou 26.000 militares às suas fronteiras norte e sul para travar a passagem dos ilegais.